Custos com sinistros disparam 51% no ramo Vida até fevereiro
Perto de 503 milhões de euros saíram dos PPR, mais 47% do que nos primeiros dois meses de 2020. O gasto das seguradoras a indemnizar sinistros Vida e não Vida já subiu 30%.
Os sinistros custaram às seguradoras mais de 1,87 mil milhões de euros nos primeiros dois meses do ano, evidenciando incremento de 29,8% face ao acumulado dos primeiros dois meses de 2020, segundo dados agregados da Associação Portuguesa de Seguradores (APS).
Só no ramo Vida, a parcela “custos com Sinistros” aumentou 465 milhões, ou 51% face a igual período de 2020, alcançando 1,37 mil milhões de euros e a refletir, provavelmente, a facilitação de resgates por parte dos aforradores. Decompondo o comportamento dos custos com sinistros, a síntese da APS indica duplicação de custos com sinistros ao nível dos contratos de investimento (+104,3%, face ao período homólogo de 2020, para 892,9 milhões de euros), enquanto os contratos de seguros tiveram variação positiva de 2%, para cerca de 480,7 milhões.
A subida dos custos em sinistros no ramo Vida foi significativo nos Produtos de Capitalização e nos PPR, respetivamente para 797,35 milhões (+62% face a igual período de 2020) e a totalizar 509,78 milhões nos PPR (Plano Poupança-Reforma), com o valor da sinistralidade a crescer em torno de 47% em termos nominais e comparação homóloga.
Face a esta evolução, o ramo Vida ainda reforçou o peso na estrutura dos custos com sinistros, passando de 62,8% no acumulado dos primeiros dois meses de 2020, para 73,2% no final de idêntico período este ano.
Nos ramos não Vida, que perderam representatividade na estrutura de custos (de 37,2%, para 26,8%), os gastos das seguradoras em indemnizações ascenderam a 502,39 milhões de euros, menos 6,5% face a um ano antes. Acidentes e Doença custaram menos 8,2%, tendência explicada por Acidentes de Trabalho (-12,7%, para 101,6 milhões) e Doença (-3,9%, para 112,9 milhões),
Ainda, com base na informação da associação setorial relativa à evolução do rácio custo com sinistros/prémios brutos (e após descontar outros gastos de exploração, e deduzido o resseguro aceite e comissões), conclui-se que, em seguros não Vida, o resultado técnico tenderá para mais positivo, em particular nos ramos classicamente com maior volume de prémios (acidentes e doença e automóvel).
No negócio Vida, onde a ocorrência de sinistros (pagos ou por pagar) cresceu, o resultado da atividade de subscrição tenderá, evidentemente, para sinal contrário.
Os dados agregados publicados pela APS baseiam-se em amostras com representatividade em torno de 97%.
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