UE exportou mais de 40% das vacinas contra a Covid-19 que produziu

Enquanto todas as doses da vacina contra a Covid-19 produzidas no Reino Unido e nos Estados Unidos foram para consumo doméstico, a UE exportou 42% das doses que produziu.

Mais de 40% das vacinas contra a Covid-19 produzidas na União Europeia (UE) foram exportadas, de acordo com os dados da consultora britânica Airfinity, o que corresponde a cerca de 46 milhões de doses. Por outro lado, todas as vacinas produzidas no Reino Unido e nos Estados Unidos foram para consumo doméstico.

Os dados foram divulgados pela economista-chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI), Gita Gopinath, que escreveu no Twitter que “muito mais oferta [de vacinas contra a Covid-19] está a caminho, mas todos os países vão ter de partilhar”. A economista defende que é “essencial vacinar os mais vulneráveis ​​do mundo agora para o benefício de todos”, sendo que “a pandemia não acaba até que acabe em todos o lado”.

O Reino Unido terá produzido cerca de 16 milhões de doses de vacinas contra a Covid-19, que foram todas utilizadas no país. O país vai concentrar os esforços em vacinar toda a sua população adulta, para depois sim partilhar as vacinas excedentes com outros países, como a vizinha Irlanda, disse esta terça-feira o secretário de Estado dos Negócios britânico, Kwasi Kwarteng, à Sky News.

Mais de 30 milhões de habitantes do Reino Unido já foram vacinados com a primeira dose, sendo um dos mais rápidos do mundo, mas o Governo britânico tem como objetivo administrar a primeira dose em todos os adultos até o final de julho.

Já a produção nos Estados Unidos atingiu os 164 milhões de doses, também consumidas internamente, segundo os dados da Airfinity. O país encontra-se entre aqueles que já vacinaram mais pessoas por 100 habitantes (43,60 doses por 100 pessoas), segundo os dados da plataforma Our World in Data da Universidade de Oxford (de 29 de março).

Pela China, que também se encontra no top 10 dos países que mais vacinaram por 100 habitantes, o cenário das exportações é diferente. Entre as 229 milhões de doses produzidas no país asiático, quase metade (48%) foram exportadas. Pela Índia, cuja produção de vacinas contra a Covid-19 terá chegado aos 125 milhões de doses, 56% dirigiu-se a consumo doméstico.

Quanto à UE, 42% das 110 milhões de doses produzidas no bloco foram exportadas. O processo de vacinação tem motivado várias críticas, nomeadamente devido aos problemas nas entregas das farmacêuticas, pelo que a Comissão Europeia decidiu, na semana passada, reforçar o mecanismo de autorização de exportações de vacinas contra a Covid-19 para fora da UE.

Bruxelas introduziu os princípios da reciprocidade e da proporcionalidade no mecanismo, que passou também a abranger 17 países anteriormente isentos. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, reiterou que este reforço surge numa altura em que “os Estados-membros enfrentam a terceira vaga da pandemia e nem todas as empresas cumprem o seu contrato” e em que a UE “continua a exportar vacinas em grande escala para dezenas de países”.

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