Mota-Engil passa de lucros a prejuízos de 20 milhões em 2020

Resultado líquido foi negativo em 20 milhões de euros, o que compara com os lucros de 27 milhões apresentados um ano antes. Construtora sentiu o impacto da Covid-19 nas contas.

A Mota-Engil sentiu os efeitos da pandemia nas contas. Depois de lucros em 2019, apresentou um prejuízo de 20 milhões de euros no ano passado, período em que a Covid-19 reduziu as receitas, mas também levou a empresa de construção a fazer provisões e imparidades avultadas.

De acordo com o comunicado enviado à CMVM, o resultado líquido foi negativo em 20 milhões de euros, quais 10 milhões estão “relacionados com uma provisão extraordinária”. Este resultado compara com os lucros de 27 milhões apresentados um ano antes. O EBITDA caiu 9% para 380 milhões de euros, com o volume de negócios a recuar 17% para os 2.429 milhões de euros.

A Covid-19 tirou 45 milhões ao EBITDA, diz a empresa liderada por Gonçalo Moura Martins, salientando que a perda de receitas por causa da pandemia ascendeu a 360 milhões. “O resultado operacional desceu 23% para 144 milhões”, com cerca de 39 milhões relacionados com provisões e imparidades, maioritariamente relacionadas com a Covid-19.

Só Europa escapa à queda

Só a Europa cresceu. O volume de negócios no Velho Continente subiu 8% para 1.046 milhões de euros, “sustentado pela atividade de E&C, nomeadamente na Polónia que apresentou um crescimento de 65%”, diz a empresa.

O volume de negócios em África desceu 24% para 761 milhões devido aos constrangimentos relacionados com a Covid-19 principalmente em Angola e em Moçambique, mas a “América Latina foi a região mais afetada pela Covid-19”. A construtora destaca pela negativa os negócios no Peru, México e Brasil “devido a medidas exigentes de confinamento e paragens”.

Carteira de encomendas recorde

A Covid-19 impactou negativamente a atividade da Mota-Engil, mas há negócio. A carteira de encomendas atingiu um nível recorde: 6.052 milhões de euros “com maior relevância de contratos de longo-prazo (Mineração, Oil & Gas e Energia)”, diz a empresa.

A Engenharia e Construção “representa 89% do total com um rácio confortável de carteira de encomendas/volume de negócios na atividade”, refere a empresa.

Esta carteira de encomendas não inclui adjudicações recentes, assinadas depois de dezembro, nomeadamente um contrato de 1.820 milhões de dólares na Nigéria e outro de 150 milhões na Polónia.

(Notícia atualizada às 8h00 com mais informação)

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