OPEP corta previsão de aumento do consumo de petróleo em 5%
Mercado continua a sofrer as consequências da baixa histórica do consumo de petróleo verificada em 2020, devido à pandemia.
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) reviu em baixa de 5% a subida do consumo mundial, perante o impacto estimado das novas restrições na Europa para procurar conter a terceira vaga da pandemia.
A recuperação da procura mundial de petróleo em 2021 “reviu-se ligeiramente (em baixa) para 5,6 milhões de barris diários” (mbd), menos 300 mil do que o previsto há um mês, indicou hoje o secretário-geral da OPEP, Mohamed Barkindo.
Durante uma reunião interna, realizada hoje de forma virtual, para preparar a teleconferência de 5.ª feira dos representantes da aliança da OPEP com outros produtores, como Federação Russa, grupo designado OPEP+, Barkindo recordou que o mercado continua a sofrer as consequências da baixa histórica, em 9,6 mbd, do consumo de petróleo verificada em 2020, devido à pandemia.
O mais recente ajuste em baixa incide em particular no primeiro semestre, “devido às medidas generalizadas e aos novos encerramentos em muitas zonas-chave da Europa”, enquanto para a segunda metade de 2021 as perspetivas mantêm-se estáveis, disse.
Barkindo aludiu a fatores “positivos” que fizeram subir os preços do petróleo nos últimos meses, como “o início da vacinação”, “os estímulos fiscais”, dos quais o mais recente é o pacote dos EUA, no montante de 1,9 biliões (milhão de milhões) de dólares nos EUA, e a “recuperação das economias asiáticas”.
Realçou também que “as expectativas de crescimento económico mundial em 2021 são agora mais elevadas, com 5,1%, depois dos 4,8% da última reunião”, feita há um mês.
Porém, alertou que “o contexto continua a ser difícil, complexo e incerto, e que a volatilidade do mercado que se viveu nas últimas semanas de março evidencia a fragilidade das economia e da procura de petróleo”.
Entre os fatores de risco, apontou “a prevalência das variantes” do novo coronavírus, o avanço desigual das vacinações, mais encerramentos e terceiras vagas de infeções em vários países, além das pressões inflacionistas e as respostas dos bancos centrais”.
Esta sessão virtual antecede a conferência, que vai decorrer na quinta-feira, também via internet, com todos os membros da OPEP+, que vão decidir se aumentam a produção em maio ou mantêm os cortes até julho.
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