Bolsonaro gastou 350 mil euros em férias durante a pandemia
O Brasil, que atravessa o momento mais crítico na pandemia, totaliza 325.284 óbitos e 12.839.844 diagnósticos de infeção desde que o primeiro caso foi registado no país, há cerca de 13 meses.
O Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, gastou mais de 2,3 milhões de reais (cerca de 350 mil euros) numas férias realizadas no litoral do país, entre dezembro e janeiro últimos, em plena pandemia, informou um deputado federal.
Os documentos que comprovam os gastos do Presidente nas suas férias, entre 18 de dezembro e 05 de janeiro passados, foram enviados ao deputado federal Elias Vaz (Partido Socialista Brasileiro, PSB) pelos ministros do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, e da Secretaria-Geral da Presidência, Onyx Lorenzoni, após um pedido de informação oficial feito pelo parlamentar. Os dados foram posteriormente enviados pelo deputado à imprensa local e partilhados nas redes sociais.
Os valores gastos pelo Presidente, e pela sua comitiva, em plena pandemia de covid-19, foram avaliados por Elias Vaz como um “tapa [bofetada] na cara do brasileiro”. De acordo com as informações fornecidas pela Secretaria-Geral da Presidência, foram gastos 1,19 milhões de reais (180 mil euros, no câmbio atual) em despesas com hospedagem do Presidente, da sua família, convidados e toda a equipa de profissionais, alimentação e bebidas consumidas por todos, entretenimento e despesa com locomoção terrestre ou aquática.
Já o GSI, responsável pela segurança de Bolsonaro, informou que foram despendidos 185 mil dólares (cerca de um milhão de reais, ou cerca de 150 mil euros) com transporte aéreo em aeronaves da Força Aérea Brasileira para eventos privados do Presidente neste período, somando manutenção e combustível. No requerimento, a pasta frisou que esses gastos estão previstos no Orçamento Anual da Aeronáutica.
Além disso, foram calculadas despesas de 202 mil reais (30 mil euros) em passagens aéreas e diárias de integrantes da secretaria de segurança e coordenação presidencial. “Numa situação normal, esse gasto já seria um absurdo. Agora, numa situação onde nós tínhamos quase 200 mil mortes [devido à covid-19] naquele período, o fim do auxílio de emergência [para os mais pobres] e a alegada falta de recurso… Nós tínhamos, bem claramente, uma crise sanitária e económica, e ele [Bolsonaro] sai de férias. Já não é uma situação compreensível o Presidente sair de férias num momento desse, e ainda gastou esse dinheiro. É uma afronta ao povo brasileiro”, disse Elias Vaz.
O deputado informou que vai pedir ao Tribunal de Contas da União (TCU) que investigue os gastos do chefe de Estado. “Quando o Brasil registava quase 200 mil mortes, o Presidente torrava o dinheiro do povo com passeios. Enquanto isso, falta comida no prato de milhares de cidadãos atingidos em cheio pela crise”, acrescentou Vaz. Nessas férias, Jair Bolsonaro passeou pelas regiões litorais de São Paulo e de Santa Catarina.
O Brasil, que atravessa o momento mais crítico na pandemia, totaliza 325.284 óbitos e 12.839.844 diagnósticos de infeção desde que o primeiro caso foi registado no país, há cerca de 13 meses. A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.816.908 mortos no mundo, resultantes de mais de 128,8 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
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