Euro está “brutalmente subvalorizado”. Moeda sobe
Peter Navarro, conselheiro do comércio, afirmou que o euro está "brutalmente subvalorizado". Os mercados reagiram rapidamente, com a moeda a subir face ao dólar. Merkel já veio negar influência alemã.
O euro está a avançar face ao dólar depois de um dos conselheiros de Trump, Peter Navarro, ter afirmado que a moeda única europeia está “brutalmente desvalorizada”. Segundo o Financial Times, o novo conselheiro do comércio afirmou que isto não passa de uma ferramenta da Alemanha para “explorar” os seus parceiros europeus e americanos. A declaração não passou em claro em Berlim, que já reagiu por intermédio da chanceler alemã, Angela Merkel.
“O grande obstáculo a vermos o TTIP como um acordo bilateral é a Alemanha, que continua a explorar outros países na UE, bem como os Estados Unidos, com um “marco alemão implícito” que está “brutalmente subvalorizado”, afirmou Navarro. A moeda europeia está a subir 0,91%, para os 1,08 dólares, tendo atingido os 1,0765 dólares (após uma subida de 0,65%).
Esta declaração vem depois da visita de Theresa May aos Estados Unidos, na qual a primeira-ministra do Reino Unido e o novo presidente dos Estados Unidos estiveram em conversações relativamente a um acordo comercial entre os dois países. Trump já tinha criticado a União Europeia e em particular a Alemanha, tendo a afirmado que a UE é “um veículo da Alemanha”, não esquecendo também as políticas monetárias adotadas pelo Banco Central Europeu (BCE).
Confrontada com a posição da Administração Trump acerca do mercado cambial, Angela Merkel recusou reagir diretamente à acusação de que a Alemanha está a instrumentalizar a moeda única em seu próprio benefício, assegurando que o seu governo sempre foi a favor de um banco central independente.
"A Alemanha é um país que sempre pediu ao BCE uma política monetária independente, tal como o Bundesbank o fez antes da existência do euro. Por causa disso, nós não vamos influenciar o comportamento do BCE. E, como resultado, eu não consigo nem pretendo mudar a situação tal como está.”
“A Alemanha é um país que sempre pediu ao BCE uma política monetária independente, tal como o Bundesbank o fez antes da existência do euro”, referiu a governante alemã numa conferência de imprensa com o primeiro ministro sueco, Stefan Lofven. “Por causa disso, nós não vamos influenciar o comportamento do BCE. E, como resultado, eu não consigo nem pretendo mudar a situação tal como está”, acrescentou.
A administração Trump já tinha expressado tal opinião pelas palavras do secretário do tesouro Steven Mnuchin. Este afirmou que um dólar “excessivamente forte” poderia ter efeitos negativos a curto prazo na economia. Nesse momento, o dólar caiu para um mínimo de mais de seis semanas.
(Notícia atualizada às 16h58)
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