Eni anuncia nova descoberta de petróleo angolano
O novo poço, em águas profundas, tem reservas estimadas de 200 a 250 milhões de barris de petróleo. Ao mesmo tempo, a empresa anunciou que prevê investir 5,9 mil milhões de euros em Angola.
A petrolífera italiana Eni anunciou esta terça-feira a descoberta de um novo poço de petróleo leve em águas profundas no Bloco 15/06, estimando reservas entre 200 e 250 milhões de barris de petróleo no local.
“A Eni fez uma nova descoberta de petróleo leve no Bloco 15/06, em águas profundas do ‘offshore’ [ao largo da costa] angolano. O poço foi perfurado no prospeto de exploração de Cuica, na Área de Desenvolvimento de Cabaça”, referiu a petrolífera, numa nota de imprensa.
O poço de Cuica-1 NFW foi perfurado como “poço desviado pela sonda de perfuração Libongos” em águas profundas de 500 metros, tendo alcançado uma profundidade vertical total de 4.100 metros.
“O poço de descoberta vai ser desviado de modo a ser colocado numa posição ideal como poço produtor”, explicou a petrolífera, que apresentou que “os resultados da recolha intensiva de dados indicam uma capacidade de produção estimada em 10.000 barris de petróleo por dia”.
A ENI acrescentou que esta é a segunda “descoberta significativa” de petróleo dentro da Área de Desenvolvimento do campo Cabaça e “confirma o compromisso do grupo empreiteiro do Bloco 15/06 em alavancar quadro jurídico favorável a atividades exploratórias adicionais dentro de Áreas de Desenvolvimento existentes”.
A ENI disse também que o poço de Cuica-1 NFW foi “resultado da estratégia ILX [exploração liderada pelas infraestruturas]”, acrescentando que “a localização da cabeça do poço, intencionalmente colocado próximo das instalações do FPSO [unidade flutuante de produção de petróleo] no Pólo Este, permitirá uma ligação rápida do poço de exploração à produção relevante”.
Depois das descobertas dos poços de Kalimba, Afoxé, Ndungu, Agidigbo, Agogo e dos poços de avaliação realizados entre 2018 e 2020, o poço de Cuica representa a primeira descoberta comercial no Bloco 15/06 desde o reinício das atividades da campanha de exploração – interrompidas devido à pandemia de covid-19.
Angola, conclui-se no comunicado, “desempenha um papel fundamental na estratégia de crescimento orgânico da Eni, presente no país desde 1980”, com uma cota-produção atual de cerca de 120.000 barris de petróleo equivalente por dia.
Além do Bloco 15/06, a Eni opera atualmente na fase de exploração o Bloco 1/14 (‘offshore’ da Bacia do Baixo Congo), e os blocos Cabinda Norte e Cabinda Centro (‘onshore’)”, prevendo aumentar “as suas áreas operadas com o Bloco 28 no ‘offshore’ da Bacia do Namibe”.
ENI prevê investimento em Angola de 5,9 mil milhões de euros nos próximos quatro anos
A ENI, petrolífera italiana, prevê investir sete mil milhões de dólares (5,9 mil milhões de euros), nos próximos quatro anos, na pesquisa, produção, refinação e energia solar anunciou esta terça-feira, em Luanda, fonte da multinacional.
A informação foi avançada pelo presidente executivo de Upstream da ENI, Guido Brusco, citado pela agência noticiosa angolana, Angop, no final da audiência que o Presidente angolano, João Lourenço, concedeu ao presidente da comissão executiva da ENI, Claudio Descalzi.
Em declarações à imprensa, Guido Brusco disse que foram analisados os projetos para a produção de gasolina e diesel biológico, projetos que deverão impulsionar a agricultura e reduzir as emissões de carbono.
Segundo o responsável, a província do Namibe, no litoral sul do país, poderá contar dentro de um ano com um projeto de produção de 50 megawatts, para substituir o sistema elétrico a diesel, que permitirá poupar quatro vezes mais do que se gasta atualmente.
Ao chefe de Estado angolano foi igualmente reportado os sucessos alcançados na implementação de vários projetos na área da pesquisa e produção, nos últimos três anos, salientou Guido Brusco.
Na província de Cabinda, Huíla e Namibe, prosseguiu o responsável, estão em curso projetos para facilitar o acesso à água potável e energia elétrica, melhoria dos serviços de saúde, estando previsto o início de um programa de formação de mais de 600 médicos, em Luanda e Cabinda, com o apoio de especialistas italianos e angolanos, que viu o seu arranque afetado pela pandemia da Covid-19.
Ainda no âmbito social, a ENI pretende desenvolver iniciativas de desminagem, acesso à terra e inclusão.
Numa nota de imprensa, a ENI dá conta que o encontro serviu para avaliar os avanços das atividades da empresa em Angola e discutir novas áreas de cooperação, salientando que o Claudio Descalzi apresentou ao chefe de Estado angolano os recentes sucessos da estratégia de exploração da ENI no país, que permitiu descobrir mais de dois mil milhões de barris no Bloco 15/06, desde 2018.
“O Sr. Descalzi também atualizou o Presidente Lourenço sobre o novo consórcio de gás que permitirá desenvolver e monetizar campos de gás não associados, aumentando a capacidade de Angola produzir GNL [Gás Natural Liquefeito] e disponibilidade de gás nacional para o desenvolvimento industrial do país”, refere-se na nota.
A ENI está presente em Angola desde 1980, sendo o país lusófono africano fundamental na estratégia de crescimento da petrolífera italiana.
Além do Bloco 15/06, a ENI atualmente opera em fase de exploração o Bloco 1/14 (offshore da Bacia do Baixo Congo), Blocos Cabinda Norte e Cabinda Sul e em breve aumentará as suas áreas operadas com o Bloco 28, na Bacia do Namibe. A ENI Angola é operadora do Bloco 15/06 desde 2006, com uma participação de 36,84%, sendo os outros parceiros a Sonangol, com 36,84%, e a SSI Fifteen, com 26,32%.
(Notícia atualizada com o investimento em Angola às 21h56)
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