Portugal vai fazer novas amortizações ao FMI

  • ECO
  • 31 Janeiro 2017

Com os bancos a devolver a ajuda ao Estado, Portugal tem uma margem maior para fazer novas amortizações ao FMI, disse António Costa ao lado de Ana Botín. A Presidente do Santander elogiou o Totta.

O primeiro-ministro, António Costa (E), acompanhado pela presidente do grupo Santander 5ðB@ÈfŠ—D\d(lHHÿØÿÛC $.'

O primeiro-ministro considerou hoje que Portugal pode fazer novas amortizações no pagamento da dívida ao Fundo Monetário Internacional (FMI), devido à “evolução positiva” do setor financeiro, que permite a devolução das ajudas públicas. Uma evolução positiva que levou Ana Botín, a presidente do Banco Santander a sublinhar que o Totta é um exemplo para o grupo.

Portugal tem “um nível de endividamento público e privado elevado. Mas está a melhorar. A dívida líquida, no ano passado, reduziu-se pela primeira vez. E a dívida bruta, sem contar com as operações de apoio ao sistema financeiro [Banif e CGD], também teria sido reduzida“, destacou António Costa, na cerimónia de inauguração do edifício sede do Banco Santander Totta.

Segundo António Costa, caso se confirme a libertação de saldos primários prevista pelo executivo, será possível “responder positivamente à gestão da dívida”. “O Estado dispõe hoje de margens de conforto da sua solidez. E a evolução positiva do sistema financeiro indica que não se repetirão as necessidades que justificaram os desenvolvimentos do ano passado”, realçou.

O primeiro-ministro apontou para a “devolução de CoCos” do Banco Comercial Português (BCP), que ascendem a 700 milhões de euros e que serão pagas ao Estado depois de concluído o aumento de capital do banco em curso, e para a devolução das verbas relativas ao auxílio ao Banco Privado Português (BPP), para considerar que será possível fazer “novas amortizações no pagamento ao FMI”.

Economia está a acelerar

Além disso, António Costa confirmou que a economia nacional está a acelerar. “Portugal está a acelerar o seu ritmo de crescimento e no terceiro trimestre do ano passado teve o ritmo mais alto de toda a União Europeia”, afirmou o governante, dizendo que, relativamente ao quarto trimestre, os dados disponíveis permitem antecipar que “não só tenha consolidado, mas até acelerado um pouco o que eram os dados do terceiro trimestre”.

E realçou: “Assistimos a um crescimento equilibrado entre a procura interna e externa. E também entre o consumo e o investimento”.

Segundo António Costa, “as empresas estão a investir” e “os dados do emprego são claríssimos“, indicando uma melhoria.

O primeiro-ministro apontou para os dados provisórios do desemprego libertados na segunda-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE)

“A taxa de desemprego de 10,2% significa a redução de mais de dois pontos percentuais ao longo de 2016. Em termos líquidos foram criados 100.000 postos de trabalho”, vincou.

De resto, o governante apontou também para o défice, dizendo que “hoje é seguro que o défice de 2016 não será superior a 2,3%, isto é, o défice mais baixo dos últimos 42 anos”, desde que há democracia em Portugal.

“Essa consolidação do défice foi feita num contexto que permitiu fazer uma reposição de rendimentos às famílias e redução da carga fiscal. Prosseguiremos ao longo deste ano com um objetivo muito exigente: redução do défice para 1,6% do nosso Produto” Interno Bruto (PIB), assinalou.

António Costa falava durante a cerimónia de inauguração do novo edifício-sede do Banco Santander Totta, em Lisboa, que contou também com a presença de Fernando Medina, presidente da Câmara Municipal de Lisboa (CML), de Ana Botín, presidente do grupo financeiro espanhol Santander, e de António Vieira Monteiro, presidente do BST.

“Totta é um exemplo para o Grupo Santander”

A presidente do Banco Santander, Ana Botín, destacou a robustez financeira do Santander Totta, que conseguiu gerar resultados positivos durante os últimos anos apesar da grave crise económica que assolou Portugal.

“O Totta é um exemplo para o Grupo Santander. A sua maneira de gerar resultados é a maneira correta“, afirmou a banqueira, durante a cerimónia de inauguração da nova sede do Banco Santander Totta (BST) em Lisboa.

“Este edifício é um reflexo dos valores que temos no banco, que é o banco número um na Europa e número seis no mundo“, destacou Ana Botín, que lidera o grupo financeiro espanhol, assegurando: “Estamos aqui para contribuir para o desenvolvimento das pessoas e das empresas”.

Ana Botín aplaudiu ainda o esforço de consolidação orçamental que Portugal tem feito, a par das políticas seguidas para estimular o crescimento económico. “Os portugueses e os espanhóis trabalham no duro e os nossos países fizeram um enorme esforço nos últimos anos”, realçou a responsável.

Fernando Medina deixou um “agradecimento ao BST e a toda a administração pela decisão” de investir numa nova sede em Portugal — um investimento de 28,5 milhões de euros — vincando que “não foi uma decisão qualquer, nem num tempo qualquer”, uma vez que o país vivia então mergulhado numa profunda crise económica.

“Hoje a cidade vive tempos de investimento. Mas não me esqueço quando foi tomada a decisão, quando se viviam tempos difíceis. Foi preciso audácia, coragem e foi uma demonstração de confiança na cidade e no país”, atirou o presidente da CML.

Já Vieira Monteiro destacou que a decisão de investir neste edifício, da responsabilidade do arquiteto Frederico Valsassina, que acolhe 2.500 trabalhadores do banco só foi possível porque o BST “nunca perdeu dinheiro durante todos os anos da crise”.

Além disso, reforçou, “sempre distribuiu dividendos aos seus acionistas e sempre reforçou os seus capitais próprios por si próprio”, acrescentando que “está a ser concebido o futuro da banca”. “Estas são as nossas estratégias: ser o melhor banco comercial em Portugal e dar retorno aos acionistas”, declarou.

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