DB Schenker transporta equipamento para produção de vacinas anti-Covid

A DB Schenker fretou um voo entre a Alemanha e os EUA ao serviço da Nexus Pharmaceuticals, transportando equipamento que permitirá produzir até 30 milhões de doses por mês de vacinas contra Covid-19.

A pandemia também criou oportunidades de negócio. Que o diga a DB Schenker, empresa de logística com origem alemã, que lançou no mercado ibérico, em plena pandemia, um novo serviço adaptado a produtos como vacinas e outros medicamentos, designado DBSchenkerReefer. Estes exigem condições muito específicas na cadeia de abastecimento.

Embora a Covid-19 tenha tido um impacto negativo no transporte marítimo em 2020, o transporte refrigerado resistiu à crise com melhor desempenho. No caso da DB Schenker, este tipo de transporte cresceu 35% no mercado ibérico.

No entanto, para além do transporte marítimo, a companhia logística DB Schenker também já voa. Desde logo, esteve responsável por uma carga aérea que teve como missão apoiar a luta contra o novo coronavírus: a empresa fretou um voo entre entre Frankfurt (Alemanha) e Chicago (EUA) ao serviço da NexusPharmaceuticals, no qual transportou 82 toneladas de equipamentos para a produção de vacinas contra o coronavírus.

Uma vez ativado, o equipamento, da empresa da Bausch + Stroebel e Franz Ziel, terá a capacidade de produzir até 30 milhões de doses de vacinas por mês, o que poderá ajudar a aliviar estrangulamentos na atual produção de vacinas anti-Covid, numa altura em que a generalidade dos países do mundo necessita de vacinas para imunizar os seus cidadãos. Estas doses poderão ser distribuídas tanto para os EUA como para outros países, assegurou o grupo em comunicado.

Face ao cenário pandémico que o mundo atravessa, para o grupo alemão, a “logística é mais importante do que nunca”. Thorsten Meincke, do conselho de administração da área de transporte aéreo e marítimo da DB Schenker, explica que, com base na experiência em carregamentos intercontinentais, a empresa pretende “apoiar a luta global contra a pandemia do coronavírus, aumentando a capacidade de produção de vacinas sempre que possível”.

Com base na nossa experiência em carregamentos intercontinentais, queremos apoiar a luta global contra a pandemia do coronavírus, aumentando a capacidade de produção de vacinas sempre que possível. A logística é mais importante do que nunca.

Thorsten Meincke

Membro do Conselho de Administração de Transporte Aéreo e Marítimo da DB Schenker

Pandemia pôs a descoberto falhas na cadeia de abastecimento

Em conversa com o ECO, Miguel Ángel de la Torre, responsável da empresa para a área de oceano e projetos globais no mercado ibérico, conta que “vivemos tempos de mudança, também no que diz respeito ao transporte de mercadorias”. Existem regulamentos e requisitos cada vez mais rigorosos para o transporte de certos produtos.

É exatamente esse o caso com a vacina para a Covid-19: “Ficou demonstrado que são necessárias certas infraestruturas que nem sempre estão disponíveis“, recorda o responsável.

Para Miguel Ángel de la Torre, a pandemia e a urgência no transporte das vacinas acabaram, assim, por ser uma oportunidade de negócio: “As vacinas [contra a] Covid-19 representaram, acima de tudo, uma oportunidade comercial para o transporte terrestre dos pontos de produção na Europa para os países de destino no continente europeu e também para o transporte aéreo dada a urgência dos carregamentos.”

Assim, o serviço DBSchenkerReefer oferece aos clientes o cumprimento de especificações exigentes, tendo em conta que este é um tipo de transporte de precisão com equipamento de controlo profissional adequado para o trânsito de mercadorias particularmente sensíveis, proporcionando um armazenamento individual de produtos a temperaturas entre -27ºC e 30ºC.

Na área da saúde, a DB Schenker realiza transportes essencialmente a cargo de empresas farmacêuticas. Miguel Ángel de la Torre explica que as maiores limitações e desafios estão relacionados com o tempo de vida do produto e a preservação da cadeia de frio durante o fluxo de transporte das mercadorias.

Questionado sobre a qual é a situação atual da logística e do transporte marítimo, em Portugal e no mundo, particularmente neste segmento, o responsável salienta que “a situação continua a ser de máxima perturbação, com dificuldades de espaço e falta de equipamento na maioria das principais rotas comerciais”.

Fruto destas dificuldades, Miguel Ángel de la Torre destaca que houve, efetivamente, um aumento geral dos custos, especialmente nas rotas de importação do Extremo Oriente, e deterioração dos serviços das companhias marítimas: incumprimento dos tempos de trânsito, cancelamento de serviços ou a omissão de escalas em alguns portos.

No entanto, por causa da pandemia, adianta que, no segmento dos carregamentos frigoríficos, as companhias de navegação têm uma maior consciencialização e prioritização destes carregamentos em comparação com a carga seca.

“Os riscos de atrasos na carga refrigerada são multiplicados nos custos (devido ao consumo de energia destes equipamentos) e porque são produtos que podem estragar-se rapidamente e as reclamações podem ser muito elevadas”, lembra Miguel Ángel de la Torre.

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