Fortes ganhos da Jerónimo Martins e BCP atiram Lisboa para máximos de janeiro
Lisboa e Madrid (que ganhou 0,3%) contrariaram a onda vermelha na Europa. O índice mais castigado foi o alemão DAX, que perdeu 0,9%, devido ao impacto da escassez de chips no setor automóvel.
Foi um dia de ganhos expressivos na bolsa de Lisboa. O índice PSI-20 valorizou 1,31% para 5.083,29 pontos, tendo atingido o valor mais elevado desde 14 de janeiro. O impulso foi dado por pesos-pesados como a Jerónimo Martins e o BCP, que contrariaram o desempenho negativo da família EDP.
A Jerónimo Martins disparou 7,75% para 15,22 euros por ação depois de ter apresentado resultados. A empresa liderada por Pedro Soares dos Santos registou um aumento de 66% do lucro para 58 milhões de euros no primeiro trimestre do ano. As vendas totais do grupo cresceram 1,5% para 4.786 milhões de euros no mesmo período, sendo que a Polónia reforçou o estatuto de principal mercado. A unidade polaca Biedronka alcançou vendas de 3.388 milhões de euros, um aumento de quase 4% face ao primeiro trimestre de 2020.
O forte desempenho do negócio na Polónia num contexto muito difícil é apontado de forma geral pelos analistas, sendo que o CaixaBank/BPI aponta considera que “a evolução das perdas na Colômbia também é tranquilizante“. O crescimento de 7% do EBITDA superou as estimativas do banco e consenso dos analistas pelo que “reafirmamos a nossa posição positiva”, diz o CaixaBank / BPI, numa nota enviada esta quinta-feira aos clientes, a que o ECO teve acesso.
O Barclays subiu o preço-alvo das ações da Jerónimo Martins para 14 euros, dos anteriores 13,70 euros. Olhando para o futuro, “esperamos um melhor desempenho financeiro nos próximos meses, à medida que a diluição do zloty polaco diminui e o fim do pico de danos da Covid-19 no segundo e terceiro trimestres”, aponta numa outra nota a Jefferies, citada pela Reuters.
O ganho da Jerónimo Martins no PSI-20 foi só ultrapassado pelo da Ramada, que subiu 7,81% para 6,90 euros. A impulsionar o índice esteve ainda o BCP, que valorizou 4,44% para 0,1222 euros. O banco liderado por Miguel Maya aproveitou o sentimento positivo que se vive no setor bancário em Espanha, numa reação em alta ao movimento de subida das yields das dívidas públicas.
A Mota-Engil subiu 0,43% para 1,414 euros depois de ter fechado um contrato no Peru para a construção do Porto de Callao, no valor de cerca 200 milhões de dólares. Os CTT subiram 3,8% para 3,84 euros, a Galp Energia ganhou 0,3% para 9,656 euros e a Nos somou 0,13% para 3,162 euros. A contrariar o sentimento positivo estiveram a EDP e EDP Renováveis, que desvalorizaram 1,5% para 4,665 euros e 0,9% para 20,28 euros, respetivamente.
Lisboa e Madrid (que ganhou 0,3%) contrariaram a onda vermelha na Europa já que a generalidade das praças europeias inverteu o sentimento matinal e acabou por fechar em baixa. O Stoxx 600 recuou 0,3%, o francês CAC 40 cedeu 0,1% e o FTSE 100 fechou flat. O mais castigado foi o alemão DAX (que perdeu 0,9%) devido ao impacto da escassez de chips no setor automóvel. A BMW — que anunciou paragens na produção — desvalorizou 2,4%.
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