Prepare a carteira porque vai pagar mais para “atestar” o carro elétrico

Já estava prevista, mas nunca tinha sido cobrada. Agora, arranca a "taxa da Mobi.e", que vai fazer aumentar a "fatura" de quem utiliza um carro elétrico.

Para a generalidade dos condutores de automóveis com motores “normais”, a combustão, há muito que é normal o sobe e desce dos preços dos combustíveis na hora de atestar o depósito. Para aqueles que trocaram a gasolina ou o gasóleo pela eletricidade, nem por isso. Mas vão ter de preparar a carteira para começarem, a partir de agora, a pagar um pouco mais para encherem a bateria de energia.

Não, não se trata de uma subida do preço do kW. É mais uma taxa que se junta ao “bolo” que define o valor que quem tem um automóvel elétrico (ou mesmo um híbrido plug-in) vai ter de suportar. Neste caso, a taxa da Entidade Gestora da Rede de Mobilidade Elétrica (EGME), a “taxa da Mobi.e”, que já estava prevista desde que os carregamentos nos postos públicos começaram a ser pagos, mas que nunca tinha sido cobrada.

“2021 é o primeiro ano em que se aplicarão as tarifas da EGME [sendo a gestora da rede a Mobi.e], a partir de 1 de maio”, revelou recentemente a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE). Mas de quanto é esta taxa? Na realidade, não é uma mas sim várias, aplicadas aos comercializadores de eletricidade, aos operadores dos postos e também aos detentores dos postos.

As tarifas são as seguintes:

  • Tarifa da EGME aplicável aos comercializadores de eletricidade para a mobilidade elétrica (CEME): 0,1657€/carregamento
  • Tarifa da EGME aplicável aos operadores de pontos de carregamento (OPC): 0,1657€/carregamento
  • Tarifa da EGME aplicável aos detentores de pontos de carregamento (DPC): 0,0385€/dia/ponto de carregamento

Mas, então, quem as vai pagar? O utilizador. “Estas tarifas estão incorporadas no preço final pago pelos utilizadores de veículos elétricos que recorrem à rede de mobilidade elétrica”, salienta o regulador da energia.

E o “impacto das tarifas da EGME (aplicáveis a CEME e a OPC) pela realização de carregamentos na rede Mobi.E mostram que estas tarifas representarão entre 4% e 8% do preço final pago pelos UVE“, com o custo para o consumidor a subir.

Para se perceber o impacto que esta “taxa da Mobi.e” vai ter no valor a pagar quando for “atestar” a bateria do carro elétrico, a ERSE fez as contas, assumindo um cenário de 12,5 kWh/carregamento, em pontos de carregamento com entrega da rede elétrica em baixa tensão, tanto para pontos de carregamento rápidos (potência acima de 22 kW), como normais (potência até 22 kW).

Assumindo um consumo de 15 kWh/100 km para o veículo elétrico, o regulador estima que o custo implícito para 100 quilómetros, incluindo as novas taxas, será de 5,80 euros no primeiro caso, ou seja, num posto normal, e 5,87 euros no segundo, num posto rápido.

Assim, tendo por base este exemplo, um condutor que a partir de 1 de maio recorra a um posto público de carregamento normal será confrontado com um agravamento de 7,3% face à “fatura” até agora. Caso utilize um posto de carregamento rápido, o agravamento será ligeiramente superior, ascendendo a 7,4%.

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