Chega pede reunião a Rui Rio para analisar cenários de maioria de direita
“Podemos fazer isto sem que os eleitorados de ambos os partidos fiquem melindrados", diz Ventura. O objetivo “é impedir que o PS continue a ser o partido com o maior número de câmaras".
O líder do Chega, André Ventura, vai pedir uma reunião ao presidente do PSD, Rui Rio, para “analisar os cenários prováveis de uma construção de uma maioria de direita” que tire o PS do poder.
“Temos de nos sentar, ver o que os dois partidos podem fazer pela construção de uma maioria de direita”, defendeu André Ventura em Viseu, onde apresentou o primeiro grupo de candidatos do distrito às eleições autárquicas.
O deputado único do Chega aludiu a sondagens que indicam que o seu partido e o PSD “são os dois principais partidos à direita” e, neste âmbito, devem “começar já a trabalhar” para serem uma alternativa de Governo, “sem que haja nenhuma confusão de eleitorados”.
“Podemos perfeitamente fazer isto, sem que os eleitorados de ambos os partidos fiquem melindrados, assim o PSD perceba se quer ser Governo ou se quer ser só um partido para andar ali nos 21%, 22% a protestar e a não querer ser mais nada”, referiu, garantindo que o Chega está a trabalhar para ser Governo.
O presidente do partido de extrema-direita parlamentar referiu que “o PSD está em mínimos históricos” e que “desde as legislativas que não tinha valores tão baixos”.
Segundo André Ventura, ainda que algumas sondagens possam ser enviesadas, a verdade é que “não há uma que dê um crescimento sustentado do PSD”.
“Por eu não ficar contente com o crescimento único do Chega, vou pedir ao doutor Rui Rio uma reunião para que nos possamos sentar e analisar os cenários prováveis de uma construção de maioria de direita, porque o outro cenário que estamos todos a perceber é do PS perpetuar-se no poder, que é o que está a acontecer”, avisou.
No que respeita às eleições autárquicas, o presidente do Chega disse que o objetivo político “é impedir que o PS continue a ser o partido com o maior número de câmaras e permitir que Chega e PSD juntos tenham um maior número” de autarquias em Portugal.
“Isto será um sinal não só para o país, mas para o próprio PSD, para perceber que não governará sem o Chega nas próximas eleições legislativas”, realçou.
O Chega decidiu concorrer às autárquicas sem coligações, “exceto nos Açores em que a situação ainda está em análise”, e, no pós-eleições, “apenas e tão só quando for fundamental, para afastar o PS do arco da governação autárquica e para criar maiorias à direita”.
“As autárquicas vão permitir-nos ter um barómetro do país em relação à implementação do Chega e, por isso, decidimos arriscar. Vamos fazer o que outros não vão fazer. Vamos arriscar e pode correr bem e pode correr mal”, acrescentou.
No distrito de Viseu, apresentou hoje os candidatos às Câmaras de Viseu (Pedro Calheiros), do Sátão (Carlos Alberto Miguel), de Lamego (Maria Vale), de Mangualde (António Silva) e de Castro Daire (Manuel José Pertancho).
No seu entender, o distrito de Viseu é fundamental: “é um eleitorado de direita, conservador e onde, em termos até sociais, somos sempre muito bem recebidos, onde há dinâmicas políticas que são essencialmente ligadas à área do centro de direita e, portanto, é o nosso eleitorado natural”.
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