Mobiliário cresce 5% no primeiro trimestre. “Março foi o melhor mês de sempre nas exportações”

O setor do mobiliário continua a mostrar resiliência e mesmo com a pandemia a assombrar o tecido industrial, a procura por móveis cresceu 5% no 1º trimestre e março foi o melhor mês de sempre.

O mobiliário português continua a resistir à pandemia e mantêm a robustez apesar do vírus. No primeiro trimestre do ano, o mobiliário cresceu 5% em comparação com o ano passado e “março foi o melhor ano de sempre”, avançou ao ECO a Associação Portuguesa das Indústrias de Mobiliário e Afins (Apima).

“O março de 2021 foi o melhor mês de sempre a nível das exportações. Registamos um crescimento de 52% em relação a março do ano passado e um crescimento de 4% em comparação com 2019. As perspetivas são boas e o mercado já está a estabilizar”, explica Gualter Morgado, diretor geral da Associação Portuguesa das Indústrias de Mobiliário e Afins (Apima).

De março do ano passado até ao terceiro mês deste ano, o setor está a fintar a pandemia, sendo que 80% das empresas manteve ou aumentou o número de colaboradores e apenas 20% das empresas do mobiliário registaram uma diminuição clientes.

Procura por móveis portugueses dispara em França e Espanha ao contrário do Reino Unido e Alemanha

O cluster exportou 1,8 mil milhões de euros o ano passado e os principais mercados são França, Espanha e Alemanha. O Reino Unido que era o terceiro mercado do setor caiu para a quinta posição com uma quebra de 17%, em comparação com o período homólogo. O diretor geral da Apima adianta que esta quebra do Reino Unido deveu-se ao Brexit, mas essencialmente às restrições das fronteiras em janeiro e fevereiro deste ano.

Na Alemanha, onde se registaram restrições significativas devido aos confinamentos apertados, verificou-se uma quebra de 21% nas exportações de móveis portugueses, em comparação com o período homólogo. Contrariamente ao Reino Unido e Alemanha, o mercado francês e espanhol registaram uma subida de 16% e 4%, respetivamente, quando comparado com o ano passado.

No entanto, apesar de o balanço ser bastante positivo o cluster enfrenta dificuldades na escassez de matérias primas. “O grande problema neste momento continua a ser as matérias-primas: a madeira, o cartão para as embalagens e os produtos de acabamento aumentaram os preços, o metal para as ferragens triplicou o preço, nos aglomerados existem dificuldades de abastecimento para além do aumento do preço”, explica a Apima.

A associação, que reúne 250 associados e representa 90% do volume de negócios do setor (2,3 mil milhões de euros), tem a expectativa que o setor continue a melhorar até porque a perspetiva é que as feiras internacionais voltem em força a partir de setembro. “Com a reabertura das fronteiras, do turismo, e de toda a mobilidade, todos os projetos que estavam pendentes ao nível da hotelaria começam a reanimar e começamos a assistir a esse reinvestimento”, destaca o diretor geral da Associação Portuguesa das Indústrias de Mobiliário e Afins.

Com as pessoas fechadas em casa e a trabalhar remotamente, a procura por móveis aumentou. Os consumidores sentiram a necessidade de readaptar os espaços e torná-los mais versáteis e confortáveis. A Apima refere que existe um “consumo acima do que era normal em pré-pandemia e que esse efeito continua a perdurar: depois da pandemia a forma como as pessoas encaram a casa vai ser vista de outra forma. Esta procura acabou por compensar a grande quebra da restauração e hotelaria”, adianta Gualter Morgado.

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