Donos do Sublime Comporta têm à venda carteira com 200 imóveis avaliada em 60 milhões

A Addrezza, pertencente ao Grupo Laje Capital, tem no mercado uma carteira com 200 imóveis, avaliada em 60 milhões de euros. Na corrida estão dois interessados.

A Addrezza, dona de vários projetos de luxo em Lisboa, tem à venda desde março uma carteira com mais de duas centenas de imóveis no Porto, Lisboa e em Faro, sabe o ECO. O processo está nas mãos da Square Asset Management (Square AM), gestora do fundo que detém os imóveis, e da CBRE. Na corrida estão dois interessados: um fundo alemão e outro investidor que está a ser assessorado pela Whitestar.

Chama-se “Project Silk” e entrou para o mercado em março deste ano. De acordo com o teaser a que o ECO teve acesso, o portefólio era inicialmente composto por 219 imóveis, a maioria localizada no Porto, em Lisboa e em Faro, que perfaziam um total de cerca de 60 milhões de euros. No entanto, alguns imóveis acabaram por ser retirados.

Deste total, 200 (95%) são habitações, numa área total de 24.600 metros quadrados e gerando rendas de 806.000 euros por ano. A maioria tem, em média, 120 metros quadrados e corresponde a T2, T3 e T4, enquanto a restante fatia são estúdios com até seis quartos. Os restantes 5% da carteira (19 imóveis) são escritórios, lojas, terrenos e estacionamentos, numa área total de 40.670 metros quadrados, gerando rendas de 32.000 euros anuais.

Os contratos de arrendamento da maioria destes imóveis começaram a ser rescindidos em 2020, lê-se no documento enviado a potenciais investidores. Atualmente, 46% dos imóveis estão desocupados, mas esta percentagem “aumentará rapidamente nos próximos meses, uma vez que a maioria dos contratos” está prestes a terminar. “O vendedor tem-se oposto a todas as renovações e não assinou novos contratos de arrendamento”.

Dois interessados na corrida, mas carteira desperta pouco interesse

Em declarações ao ECO, uma fonte do mercado imobiliário referiu tratar-se de “um portefólio muito heterogéneo de casas ‘soltas’ em prédios de propriedade horizontal” e que, por isso, “não corresponde ao tipo de produto que os investidores institucionais procuram”.

A fase de non binding offer terminou a 7 de abril, estando o processo está neste momento na fase de binding — apresentação das propostas vinculativas –, terminando o prazo dentro de duas semanas. E o ECO sabe que na corrida estão dois interessados: a Whitestar Asset Solutions, em representação de um investidor que não foi possível apurar, e o fundo alemão Deutsche Finance, juntamente com a Finsolutia.

Ao ECO, a Square AM confirmou que os imóveis são detidos pelo fundo Addrezza Arrendamento que, por sua vez, é detido por um investidor. A sociedade gestora adiantou ainda que estas duas centenas de imóveis são tudo o que resta deste fundo e que, “se forem vendidas as frações, o fundo a seguir será liquidado”, mas “se forem transacionadas as unidades de participação”, este “continuará a sua atividade”.

Questionada pelo ECO, a Addrezza não enviou qualquer resposta até ao momento de publicação deste artigo.

Entre aumentos e reduções de capital, estratégia é vender

Estes imóveis pertencem à Addrezza, empresa de imobiliário do Grupo Laje Capital, proprietária de vários projetos de habitação e turismo de luxo no país, como o Sublime Comporta, o Amoreiras Residence e Amoreiras Vista e o i53 Carcavelos, lê-se no site da empresa. A par destes projetos está ainda a carteira que está agora no mercado, que é detida pelo fundo de investimento imobiliário fechado Addrezza Arrendamento. Este, por sua vez, é gerido pela Square AM.

Posteriormente, conforme se lê no Relatório de Atividade e Contas de 2020 da Addrezza, desde que foi criado, em 2009, o fundo realizou vários aumentos e reduções de capital. Iniciou atividade com um capital de 50 milhões de euros e aumentou esse capital duas vezes, até que, em 2016, “fruto da excelente dinâmica comercial entretanto implementada”, fez a primeira redução de capital, onde resgatou cerca de 20 milhões de euros. No final de 2017 e de 2018 fez mais duas reduções de capital, “graças à manutenção do excelente ritmo de vendas de imóveis em carteira”.

Durante o ano passado, foram realizadas as quarta e quinta reduções de capital do fundo, num montante total de cerca de 15,5 milhões de euros. A 31 de dezembro de 2020, o capital ascendia a 52,2 milhões de euros. No ano passado, o fundo não fez qualquer aquisição, refere o relatório, mas somou vários desinvestimentos. Assim, apesar de ter iniciado 2020 com 284 frações, acabou com 235 frações (tudo o que está neste momento à venda).

Para 2021, o fundo pretende continuar com a “manutenção da dinâmica de vendas de frações, acompanhada de uma expectativa de subida dos valores de arrendamento das frações”, lê-se no documento. O ECO questionou a Addrezza para perceber quais são os objetivos após a venda desta carteira, mas até ao momento de publicação deste artigo não obteve resposta.

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