Portugal aproxima-se dos níveis de mobilidade pré-pandemia

Baltazar Nunes, do Instituto Nacional Dr. Ricardo Jorge, assinala que Portugal se encontra entre os países europeus com menor redução da mobilidade, alertando que este indicador está a aproximar-se dos níveis pré-pandémicos.

“Há um aumento generalizado da mobilidade na Europa, Portugal, neste momento, encontra-se entre os países com menor redução da mobilidade”, afirmou Baltazar Nunes, citando dados da Google, na reunião desta sexta-feira no Infarmed para avaliar a situação epidemológica do país.

Assim, Portugal, tal como a Dinamarca, Finlândia e Noruega, está entre os países europeus com maior mobilidade em contexto pandémico, mas “mantendo níveis de incidência baixos”. Em contraciclo, com valores de redução da mobilidade “mais significativos” está a Alemanha, França e a Áustria, mas “claramente com uma mobilidade mais elevada do que a observada em abril”, sinaliza.

Especificamente no que toca à realidade portuguesa, Portugal apresenta, neste momento, “níveis de confinamento muito baixos”, com o especialista a apontar que este indicador está “ao nível daqueles que se observava em agosto de 2020 e, muito provavelmente a aproximar-se quase de uma mobilidade igual à pré-pandémica”.

Nesse sentido, verifica-se também um “aumento” dos níveis de mobilidade dos transportes públicos, locais de trabalho e locais de lazer.

Quanto à incidência da Covid-19 em Portugal ela é baixa, mas crescente. “Se mantivermos esta taxa de crescimento durante várias semanas, o valor dos 120 casos por 100 mil habitantes será atingida dentro de um a dois meses”, diz Baltazar Nunes. Já o índice de transmissibilidade, segundo o especialista, situa-se em 1,07 a nível nacional, com o Algarve e o Alentejo a serem as regiões onde este indicador é mais elevado (1,16). Se se mantiver esta taxa de crescimento, a incidência de 120 mil casos por 100 mil habitantes é alcançada em duas semanas a um mês, ou seja, mais cedo, afirmou.