“PRR português não está desenhado como uma corrida de 100 metros, mas de longo curso”, diz António Costa
António Costa desdramatiza o momento em que a tranche de 2,15 mil milhões de euros vai chegar, porque o plano foi desenhado com "uma visão de futuro".
O primeiro-ministro viu o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) nacional ser aprovado esta quarta-feira pela Comissão Europeia, antes de todos os outros Estados-membros. Um plano que António Costa diz ter sido desenhado a pensar no futuro e que, por isso, não está preocupado com o momento exato em que vai chegar o cheque de 2,15 mil milhões de euros que corresponde ao adiantamento da primeira tranche de 13% dos 16,6 mil milhões de euros previstos no plano português.
“Não é essencial se o cheque chega esta semana ou em agosto”, defendeu o primeiro-ministro. “O nosso plano não está desenhado como uma corrida de 100 metros, mas de longo curso”, acrescentou, numa indireta às comparações feitas pelo think tank europeu Bruegel, que aponta Portugal como o mais lento na execução do PRR, uma vez que deixa a maior parte dos investimentos para depois de 2022, não avançando em força já este ano e no próximo.
Para António Costa o essencial é “pensar neste plano como uma visão de futuro”.
A questão foi levantada porque a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse que os primeiros desembolsos estão previstos para julho, uma declaração que surge em clara contradição com as afirmações do comissário europeu para o Orçamento e Administração. Na segunda-feira, Johannes Hahn apontou os desembolsos para agosto: “Amanhã [terça-feira] iremos realizar a primeira emissão de obrigações e depois teremos outra ainda em junho e depois outra antes das férias de verão e estou confiante que as primeiras verbas poderão começar a chegar aos Estados-membros algures em agosto”, tinha dito o austríaco.
Ora a presidente da Comissão Europeia frisou que, “uma vez aprovado pelo Conselho, a comissão estará em condições de desembolsar os primeiros fundos ainda em julho”. “Sabemos que este não é o fim da jornada. O trabalho começa agora”, acrescentou a responsável.
António Costa aproveitou a deixa e frisou que o PRR “não e um cheque em branco”, mas antes um “compromisso que tem metas, objetivos e calendários”. “Sabemos que temos de cumprir metas e objetivos, o que não é uma dificuldade mas antes uma motivação acrescida”, disse o primeiro-ministro que deixou o seu compromisso de honra em ser dos melhores a executar o PRR.
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