Depois da Delta, a Delta Plus. Que variante é esta que já está em Portugal?

Uma mutação da variante Delta está a levantar preocupações. Apelidada de Delta Plus, poderá estar já presente em mais nove países, um dos quais Portugal.

Os números da pandemia voltaram a aumentar em Portugal, sendo a situação particularmente preocupante na região de Lisboa. As autoridades de saúde têm atribuído este fenómeno à variante Delta do coronavírus, mas a Índia veio agora sinalizar que existe uma nova mutação, apelidada de Delta Plus. Esta já circulará em mais nove países, incluindo Portugal, e pode ter uma transmissibilidade mais elevada.

O Ministério da Saúde da Índia classificou a variante Delta Plus, identificada pela primeira vez no país em abril, como variante de preocupação, esta terça-feira, lançando um alerta para os estados onde se encontra para aplicarem medidas para controlar a situação. Foi detetada em cerca de 40 amostras de seis distritos em três estados do país – Maharashtra, Kerala e Madhya Pradesh.

Para além disso, a Delta Plus também foi encontrada em outros nove países – EUA, Reino Unido, Portugal, Suíça, Japão, Polónia, Nepal, Rússia e China, de acordo com a imprensa local (as autoridades portugueses ainda não o confirmaram). Segundo as autoridades indianas, estudos mostraram que esta variante se espalha mais facilmente, liga-se mais facilmente às células do pulmão e é potencialmente resistente à terapia com anticorpos monoclonais, uma infusão intravenosa de anticorpos para neutralizar os vírus.

Apesar de estas notícias levantarem preocupações, especialistas ouvidos pela BBC (acesso livre, conteúdo em inglês) apontam que ainda é cedo para determinar o risco desta variante, já que existem ainda poucos dados. “Não há dados ainda para sustentar a alegação de variante de preocupação”, disse Gagandeep Kang, virologista e a primeira mulher indiana a ser eleita membro da Royal Society of London.

A variante está relacionada com a Delta, identificada pela primeira vez na Índia no ano passado, que já está presente em 92 países e continua a sofrer mutações à medida que se espalha pelo mundo, segundo sinalizou a Organização Mundial de Saúde (OMS). Na semana passada, a OMS já estava a seguir relatórios da Delta Plus.

A variante Delta já é a variante do coronavírus dominante na região de Lisboa e Vale do Tejo. Os “resultados preliminares” dos estudos promovidos pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) neste mês de junho indicam que a prevalência desta estirpe na região é de 60%. Esta variante é 60% mais contagiosa do que a variante Alpha, associada ao Reino Unido, segundo recorda o INSA.

Quanto à eficácia das vacinas contra esta variante, os dados indicam que se mantém. Um estudo da Universidade de Oxford conclui que a vacina da AstraZeneca é eficaz contra as variantes Delta e Kappa, identificadas inicialmente na Índia. Na semana passada, uma análise do Public Health England também mostrou que as vacinas da Pfizer e da AstraZeneca oferecem uma proteção superior a 90% no que toca à hospitalização após contágio com a variante Delta.

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