Rio quer participação popular alargada para transformar PSD “por dentro”
Presidente do PSD quer populares a produzirem "ideias para alimentar a politica quotidiana do partido e depois, mais à frente, sendo necessário, o programa eleitoral".
O presidente do PSD, Rui Rio, pediu uma participação alargada de militantes e simpatizantes social-democratas, mas também de independentes, sustentada em fóruns estratégicos distritais, para transformar “por dentro” o modo de funcionamento do partido.
Intervindo, na Figueira da Foz, na sessão de abertura do 1º fórum do Conselho Estratégico de Coimbra do PSD, o líder social-democrata defendeu um modelo que preconiza “aumentar a participação política dos portugueses”, militantes do PSD ou independentes, para conseguir “uma transformação no modo de funcionamento dos partidos políticos”.
O modelo defendido por Rui Rio parte do Conselho Estratégico Nacional (CEN) do PSD – organismo que inclui 15 secções em áreas como a saúde, educação, economia, defesa nacional ou negócios estrangeiros, entre outras – e que inclui um gabinete de estudos que quer “estar em funcionamento pleno, produzindo ideias para alimentar a politica quotidiana do partido e depois, mais à frente, sendo necessário, o programa eleitoral”.
Um segundo objetivo desse modelo, que classificou de “muito relevante”, é a “disseminação territorial” do CEN, ou seja, que os cerca de 50 participantes na estrutura central se multipliquem em “centenas, preferencialmente milhares de pessoas, pelo país fora”.
“Se nós conseguimos que, à escala distrital, o Conselho Estratégico Nacional tenha muitos participantes, militantes e independentes, estamos a pôr a atividade partidária, distrito a distrito, em torno de ideias, em torno daquilo que a cada um mais interessa”, argumentou o líder social-democrata.
"Confiro uma importância enorme ao Conselho Estratégico Nacional, seja pelo lado da construção das melhores ideias, e as melhores ideias constroem-se com muita gente, não é com pouca gente.”
“E isso é obviamente muito melhor, e eu já estou a ser suave ao dizer ‘muito melhor’, do que aquela vida partidária que nós conhecemos de andar a pagar quotas uns aos outros, procurar ver se este vota naquilo e outro vota noutro ou zangarem-se todos por causa de lugares que nem sabem, às vezes, para quer que querem ir para esses mesmos lugares”, ilustrou.
Para Rui Rio, uma “marca forte” da vida partidária atual é a sua degradação.
“E daí, também, o afastamento dos portugueses relativamente aos partidos políticos, que são absolutamente indispensáveis no regime em que vivemos”, disse.
Deste modo, Rui Rio quer chamar à participação pública, política e partidária “pessoas que estão afastadas e que vêm ajudar a credibilizar e arranjar uma outra dinâmica” ao PSD.
“Confiro uma importância enorme ao Conselho Estratégico Nacional, seja pelo lado da construção das melhores ideias, e as melhores ideias constroem-se com muita gente, não é com pouca gente. Penso que para o país é muito importante que um partido como o PSD tenha um programa muito sustentado e apoiado, com base numa participação muito alargada”, aduziu.
“E por outro lado, essa participação alargada significa, ela própria, uma nova forma de um partido político fazer política”, enfatizou.
Caso o modelo defendido pela direção social-democrata tenha êxito, Rui Rio não tem “a mínima dúvida” de que outros partidos (designadamente o PS), não terão “outro remédio que não seja copiar o modelo ou fazer um modelo parecido com este”.
“Porque não é sustentável haver um partido a nível nacional que possa funcionar desta forma e todos os outros se manterem naquilo que é o patamar atual que hoje se conhece”, sustentou.
Na sua intervenção, Rio lembrou que “uma das razões” pela qual se decidiu candidatar à liderança do PSD foi precisamente para “procurar transformar a forma como os partidos funcionam em Portugal”.
“Neste caso o meu, não tenho nada a ver com os outros”, rematou.
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