Prestação da casa cai para novo mínimo em outubro
Todos os empréstimos para a compra de casa revistos no próximo mês beneficiam de uma redução da prestação, entre um mínimo de 0,5% e um máximo de 3%.
O mês de outubro arranca com uma boa notícia para o bolso dos portugueses com crédito à habitação. Os contratos de taxa de juro indexada que sejam revistos em outubro beneficiam de novos cortes no valor da prestação da casa. Essa redução de encargos oscilará entre um mínimo de 0,5% e um máximo de 3%.
Evolução da Euribor a 3 meses em 2016
A quebra mais acentuada de encargos beneficia as famílias cujos empréstimos para a compra de casa têm como referência os indexantes com prazos mais alargados. É o que acontece com os contratos indexados à Euribor a 12 meses, dado que só agora vão ver refletidas as descidas do último ano. Para esses agregados, a prestação mensal cai 3% o que, para um exemplo de um crédito no valor de 100 mil euros, a 30 anos, e com um ‘spread’ de 1%, resulta numa poupança mensal de 9,73 euros, com a prestação a fixar-se nos 319,03 euros. O número de famílias que irá beneficiar dessa redução será contudo muito baixo, já que a Euribor a 12 meses ainda tem pouca expressão no total do crédito à habitação em Portugal. Isto apesar de muitos bancos já estarem a utilizar a Euribor a 12 meses como referência para os novos empréstimos para a compra de casa.
Para os contratos que têm como referência os indexantes nos prazos mais curtos, a redução na prestação será mais curta. Quem optou pela taxa a seis meses verá os encargos com a prestação baixarem 0,9% no próximo mês, o que para o cenário considerado corresponderá a uma poupança mensal de 2,94 euros, com a prestação mensal a fixar-se nos 312,58 euros. Já nos empréstimos indexados à Euribor a três meses, a poupança será de 1,52 euros por mês, com a nova prestação a baixar para os 307,96 euros (menos 0,5% face à anterior revisão).
Juros negativos até meados de 2021
Os encargos com a prestação da casa estão atualmente em mínimos históricos, em sintonia com o rumo descendente dos indexantes, que persistem em valores negativos. A boa notícia para as famílias é que todos os sinais apontam para que este cenário se mantenha por um período prolongado de tempo. A última mexida dos juros de referência da Zona Euro ocorreu em março deste ano, quando o Banco Central Europeu colocou os juros de referência em 0%, fixando assim um novo mínimo histórico. O compromisso de fazer descolar a economia da Zona Euro tem sido reiterado sempre que a entidade liderada por Mario Draghi se reúne, não se antecipando que a política monetária expansionista assumida pelo BCE se inverta, nem tão cedo.
A evolução dos futuros da Euribor a três meses, que servem de barómetro para a futura evolução das taxas de juro atesta essa expectativa junto do mercado. Este indicador sinaliza para que o indexante continue a deslizar para terreno cada vez mais negativo até ao final do primeiro semestre de 2018, com os futuros para a Euribor a três meses a apontarem para uma taxa de -0,385% nessa ocasião. Só a partir dessa altura é antecipada uma reversão do rumo do indexante que, contudo, se poderá manter em terreno negativo até meados de 2021. A partir daí o mercado prevê uma subida dos juros, mas muito gradual.
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