Esta é a matriz de risco que os médicos defendem para conter a Covid

A proposta da Ordem dos Médicos, em conjunto com o Instituto Superior Técnico, acrescenta os internamentos em enfermaria e cuidados intensivos e os óbitos à matriz de risco da Covid-19.

Os apelos para uma mudança na matriz de risco da Covid-19 têm-se multiplicado, numa altura em que a vacinação muda o cenário da pandemia. A Ordem dos Médicos decidiu avançar com uma proposta, feita em parceria com o Instituto Superior Técnico, para uma nova “bússola”, que acrescenta os indicadores das hospitalizações e dos óbitos à fórmula que permite perceber qual é a situação do país.

Este indicador “é uma fotografia diária e real” da pandemia, começou por caracterizar o bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, na apresentação da matriz. Isto já que “permite acompanhar a pandemia de mais perto e ver o que se pode fazer em cada momento”, através de valores que estão disponíveis nas atualizações da Direção-Geral de Saúde.

Quais são então os indicadores? É o índice de transmissibilidade (Rt), a incidência, os dois indicadores já presentes na atual matriz e que aqui compõem o pilar da atividade, ao que se juntam os internamentos em enfermaria e em Unidades de Cuidados Intensivos e também os óbitos, que são o pilar da gravidade da pandemia.

Há ainda uma diferença na incidência, que utiliza uma média a sete dias, ao invés de 14 dias. Já o Rt é “também modulado para poder ser utilizado de forma mais ágil e olhando valores a sete dias”, segundo explica a Ordem.

“A incidência, transmissibilidade, gravidade da doença e capacidade hospitalar e humana conduzem, cada uma delas, a níveis de impacto que variam desde uma zona de atividade residual até níveis de alerta, alarme, crítico e de rutura”, explicitam.

Através dos indicadores é apresentado um resultado que mostra a gravidade da situação, que nos 100 pontos atinge a “chamada fase crítica, em que é preciso fazer mais qualquer coisa”. “Neste momento, estamos em 92,3, ou seja, a água está a ferver”, avançou Henrique Oliveira, da equipa do Instituto Superior Técnico.

A proposta seguiu esta quarta-feira para a ministra da Saúde, adiantou o bastonário, sendo que a decisão de a adotar ou não cabe ao Governo. Na apresentação desta proposta de matriz, Miguel Guimarães defendeu que a atual versão está “ultrapassada” e “não acompanha os avanços na vacinação”.

A atual matriz de risco apresenta apenas o ponto de interceção entre o Rt e a incidência, tanto a nível nacional como no continente. Era dividida em quatro zonas, definidas pelos limites dos indicadores: Rt em 1 e incidência nos 120 casos por 100 mil habitantes. No entanto, a evolução da pandemia obrigou a acrescentar mais um quadrante, entre os 240 e os 480 casos por 100 mil habitantes.

O bastonário da Ordem dos Médicos sublinhou também que é necessário “louvar a vacinação, que tem sido uma mais-valia no combate à pandemia”, fazendo ainda um apelo à vacinação. Para ilustrar o impacto da vacinação na situação do país, os responsáveis mostraram uma comparação do indicador com e sem esta campanha. “Se não tivéssemos a vacina, estávamos em confinamento”, reiterou Filipe Froes, coordenador do Gabinete de Crise da Ordem dos Médicos para a pandemia.

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