Trabalhadores da TAP questionam necessidade de 124 despedimentos. Querem reunir com Pedro Nuno Santos

Comissão de Trabalhadores da TAP não compreende a necessidade de se despedirem 124 colaboradores e, por isso, pediu reunião com urgência ao ministro Pedro Nuno Santos.

A TAP vai avançar com um despedimento coletivo que afetará 124 trabalhadores. A primeira reunião de negociação com os colaboradores aconteceu esta segunda-feira, a comissão de trabalhadores afirma não entender a necessidade deste despedimento, uma vez que a situação da companhia aérea nacional “é contextual e passageira”. A mesma comissão pediu, assim, uma reunião urgente com o ministro Pedro Nuno Santos.

Num comunicado enviado esta terça-feira, a Comissão de Trabalhadores da TAP diz ter “estranhado” que nenhum representante do Governo tivesse estado presente na reunião, “principalmente porque o patrão da empresa é o Estado português”. Algo que “constitui um desprezo enorme não apenas pelos trabalhadores envolvidos, mas por todos os trabalhadores da empresa”, refere em comunicado.

A mesma comissão diz ainda esperar que este despedimento coletivo seja o último a adotar na companhia aérea. “Não entendemos esta necessidade de despedimento, concretamente destes 124 trabalhadores, uma vez que a situação vivida pela TAP e pelas outras companhias aéreas, é contextual e passageira“, referem os trabalhadores, acrescentando que já se começa a notar a “recuperação económica”.

“Assim, as projeções preconizadas pelo plano de reestruturação e fornecidas pela empresa na comunicação de intenção de despedimento coletivo já não estão atuais, nomeadamente devido ao aumento do ritmo da vacinação. O facto é que a retoma dar-se-á mais cedo do que o previsto, tendo assim a empresa necessidade destes trabalhadores para garantir a operação num futuro muito próximo“, lê-se.

A Comissão de Trabalhadores afirma ainda que é tão verdade que a TAP precisa destes trabalhadores, “que está a chamar assistentes de bordo em férias e folgas para fazer voos” e a “recorrer á contratação de trabalho externo (outsorcing) para desempenhar funções em paralelo com os trabalhadores TAP”. Além disso, “existe neste momento um desvio de trabalho da TAP para a PGA”.

Face a este cenário, esta comissão questiona “se o impacto do custo laboral destes trabalhadores é assim tão elevado, que justifique o despedimento dos mesmos”. “É que se calhar não é! Se calhar a TAP tem gastos muito mais elevados por exemplo com 10 administradores [e], se calhar, com cinco fazia a festa e a poupança era suficiente para pagar os vencimentos de 124 trabalhadores durante mais uns meses até à retoma”, refere.

Além disso, os trabalhadores afirmam que as razões apontadas pela TAP para avançar com este despedimento coletivo “não apenas representam um aproveitamento inaceitável da situação de crise em que o país caiu em 2020, como são ainda profundamente falaciosas“. “Ninguém percebe porque é que, depois de milhares de trabalhadores que a empresa despediu ou prescindiu (…), se torna agora tão fundamental despedir mais 124 trabalhadores”.

Afirmando que este despedimento “mais não é do que um acerto de contas para com os trabalhadores envolvidos”, a Comissão de Trabalhadores diz ainda que a TAP “insiste em não dar a conhecer” a totalidade do plano de restruturação aos representantes dos trabalhadores.

Para sexta-feira está marcada uma nova reunião mas, independentemente disso, esta comissão pediu “uma reunião com caráter de urgência” ao ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos.

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