TAP alerta para “iminente disrupção operacional” após “rejeição de acordo” pela Groundforce
A TAP mostrou-se “preocupada" com a "disrupção operacional” que será causada pela rejeição do acordo proposto à Groundforce. Não "compreende" a decisão da empresa de "handling".
A TAP “não compreende” porque é que a Groundforce rejeitou a proposta de “adiantamento de fundos” para o pagamento dos subsídios de férias aos trabalhadores. Depois de a empresa de handling ter considerado “inaceitáveis” as condições exigidas pela TAP, esta última mostra-se agora “preocupada com a iminente disrupção” que isso vai causar na operação da companhia aérea.
“A TAP SA disponibilizou-se para fazer um novo adiantamento de fundos à Groundforce por conta de serviços prestados ou a prestar para que esta empresa pudesse pagar os subsídios de férias dos seus trabalhadores”, recorda a empresa, num comunicado. Mas o acordo foi rejeitado pela Groundforce esta quarta-feira, como noticiou o ECO.
Face a isso, a transportadora aérea refere que “a rejeição do acordo coloca em causa o cumprimento do pagamento aos trabalhadores, o que pode trazer consequências prejudiciais à atividade da TAP“. Para além de não compreender a rejeição da proposta, a TAP reitera “que não é devedora, mas, antes, credora” da Groundforce.
De acordo com a TAP, “em causa estava a disponibilização de forma imediata e a título excecional de fundos a título de adiantamento do pagamento de serviços prestados ou a prestar pela Groundforce à TAP SA, destinados exclusivamente a permitir o pagamento dos subsídios de férias dos trabalhadores da referida empresa de prestação de serviços de assistência em terra”.
Na proposta agora rejeitada, a TAP informa que a Groundforce “deveria utilizar o montante adiantado exclusivamente para o pagamento do subsídio de férias dos seus trabalhadores, assim como os montantes inerentes a IRS e Segurança Social das suas remunerações, o que estabilizaria, de imediato, a situação socioeconómica dos trabalhadores da Groundforce”.
A TAP adianta ainda que “tem vindo a ajudar à sobrevivência da Groundforce nos últimos meses, adiantando, àquela empresa, pagamentos por serviços prestados ou a prestar à TAP SA, num montante total que ascendia a 12,3 milhões de euros até janeiro deste ano”.
Segundo a TAP, em março, “dada a grave crise em que a Groundforce se encontrava, comprometendo o pagamento dos salários dos seus trabalhadores, e à falta de outras soluções para a superar, foi possível, através da celebração de um contrato de compra e venda de equipamentos no valor de cerca de sete milhões de euros e de um contrato de aluguer de equipamentos, que a TAP transferisse para a Groundforce o montante necessário para que esta empresa pudesse, nomeadamente, pagar os salários em falta dos seus trabalhadores”.
Na ótica da TAP, “estes contratos são plenamente válidos e eficazes e a decisão unilateral de os considerar nulos emitida pela Groundforce é ilegítima e não tem força vinculativa na ausência de uma decisão judicial que a suporte (a qual, nesta data, não existe)”.
Sindicato convoca greve na Grounforce para agosto
A situação operacional da TAP pode ainda ser ameaçada por greves. O Sindicato dos Trabalhadores dos Transportes de Portugal convocou uma greve na Groundforce para todo o mês de agosto, avançou a TSF.
O sindicato justifica este protesto com a situação “insuportável” na empresa. “Os trabalhadores estão no meio desta batalha desde janeiro. Chegámos à rotura e não temos qualquer tipo de hipótese se não avançar com uma greve, de forma a que todos os agentes envolvidos nesta situação assumam as suas responsabilidades”, lamenta o sindicalista Pedro Magalhães, em declarações à rádio.
(Notícia atualizada pela última vez às 18H25 com informações sobre a greve na Grounforce)
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