Pedro Nuno Santos está otimista com venda da Groundforce pelo Montepio, mas tem plano B
O ministro das Infraestruturas garantiu no Parlamento que os salários de julho dos trabalhadores da Groundforce serão pagos. TAP está a trabalhar numa solução que não dependa de Alfredo Casimiro.
Pedro Nuno Santos está otimista que a venda da posição da Pasogal pelo Montepio será bem-sucedida. “Estamos numa fase mais segura do processo de venda. Estamos a acompanhar e temos a expectativa de que o processo de venda seja concluído com sucesso”, disse o ministro das Infraestruturas esta terça-feira no Parlamento. Se não correr bem, o Governo já tem um plano B.
Como o ECO noticiou, o tribunal considerou improcedente a providência cautelar interposta por Alfredo Casimiro, presidente e sócio maioritário da Groundforce, que pretendia travar a venda dos seus 50,1% da empresa de handling pelo Montepio. O banco, que tem duas penhoras das ações, pode assim avançar com a alienação da participação.
A venda permite “a entrada de um sócio com capacidade financeira, para entrarmos numa fase de maior estabilidade” na Groundforce, sublinhou Pedro Nuno Santos na audição na Comissão de Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação da Assembleia da República. O governante deixou elogios ao banco pela forma “correta, responsável, séria e discreta” como trabalhou para concluir este processo e disse esperar que “possa haver um desfecho até ao final da semana”.
Mesmo que este processo não corra bem, o ministro garante que haverá uma alternativa. “Se o Montepio não conseguir proceder à venda, a TAP ou o Estado encontrarão uma solução”, disse ainda. “Temos um plano B”, assegurou, sem explicar qual é, mas adiantou que o mesmo será discutido na quarta-feira com os representantes dos trabalhadores da Groundforce.
O ministro deixou ainda garantias de que o salário de julho dos trabalhadores da Groundforce será pago em breve. “A TAP está a trabalhar numa solução que não dependa da aceitação do sócio maioritário”, afirmou o ministro. “Até ao final de julho a TAP pagará os serviços prestados durante o mês de junho, no prazo normal. Será um valor superior ao necessário para pagar os salários de julho dos trabalhadores”, acrescentou. Em cima da mesa está a possibilidade de a companhia aérea liquidar antecipadamente 3,5 milhões de euros.
Em resposta aos deputados, que criticaram a falta de ação do Governo e da TAP para resolver o impasse na Groundforce, Pedro Nuno Santos saiu em defesa da companhia área, argumentando que tentou adiantar dinheiro que permitiria pagar o subsídio de férias e evitar a greve. Garantiu ainda que, ao contrário do que tem sido dito pela empresa de hangling, a companhia aérea nada lhe deve.
Questionado pelo Bloco de Esquerda porque não avançou com a nacionalização, Pedro Nuno Santos contrariou com dois argumentos: “não queremos ficar sujeitos a ter de pagar uma indemnização a quem achamos que não merece e o processo de nacionalização é muito mais complexo e demorado do que se pensa”, como o da Efacec demonstra.
A paralisação dos trabalhadores da Groundforce deste fim de semana, devido aos atrasos no pagamento do subsídio de férias e do mês de julho, levou ao cancelamento de mais de 600 voos, sobretudo no aeroporto de Lisboa. O impacto negativo na atividade turística levou o Presidente da Confederação do Turismo a apelar à “intervenção urgente” do Governo para impedir a próxima greve, marcada para o período de 30 de julho a 2 de agosto.
O Presidente da República também se pronunciou publicamente na segunda-feira. “Preocupa-me a posição e obstinação que tem havido da parte da Groundforce em geral e, em particular, de alguns responsáveis da Groundforce, porque estão a prejudicar o país”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa aos jornalistas à chegada ao Funchal, na Madeira.
O Chefe de Estado afirmou que tem a certeza de que o Governo “está a fazer tudo o que pode, mas há coisas que demoram tempo a pôr de pé”. “Vamos esperar uns dias”, acrescentou.
O pagamento das remunerações aos trabalhadores da Groundforce tem estado condicionado pelo impasse entre a companhia de handling e a TAP, que deu entrada com um pedido de insolvência no tribunal. Entre terça-feira e sexta-feira vão decorrer sessões para ouvir as testemunhas das duas partes. Também a ANA reclama 13 milhões à Groundforce e ameaça retirar-lhe as licenças para operar nos aeroportos de Faro e Funchal.
Na origem do impasse está o conflito com o principal acionista da Groundforce, Alfredo Casimiro, que através da Pasogal detém 50,1% da Groundforce.
(Notícia atualizada às 13h30)
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