Vacinar crianças está em estudo. Mas vacinas são a única “proteção” contra o vírus, diz Gouveia e Melo
O vice-almirante que coordena a vacinação anti-Covid admitiu que a vacinação das crianças e adolescentes está a ser estudada pela DGS. Mas recordou que, em pandemia, as vacinas são a única "proteção".
A eventual vacinação contra a Covid-19 das crianças é um assunto que está a ser estudado pela Direção-Geral da Saúde (DGS), disse esta terça-feira o vice-almirante Henrique Gouveia e Melo, que lidera a task force que coordena a vacinação em Portugal. No entanto, o responsável recordou que a vacinação é a única forma cientificamente provada de proteção e combate à pandemia.
Questionado sobre se as crianças e adolescentes entre 12 e 16 anos devem ser vacinados, ou apenas as que tenham comorbilidades, Gouveia e Melo respondeu que “é um assunto que está a ser trabalhado em sede própria, pela DGS, que está a estudar qual é o melhor caminho a seguir” no país.
Porém, o vice-almirante foi mais longe: “Em pandemia, como compreenderão, poderemos ser atingidos pelo vírus e não temos muitas maneiras de nos protegermos dele. A vacinação é, eventualmente, o único processo conhecido e cientificamente provado.”
Gouveia e Melo estimou que 70% da população vai ter, pelo menos, a primeira dose da vacina “entre 8 e 15 de agosto” e 50% a 55% com a segunda. Em meados de setembro, 85% dos portugueses elegíveis terão a primeira dose e 70% já terão o esquema vacinal completo. “No fim de setembro, teremos toda a população [elegível] vacinada”, precisou.
No dia em que foi distinguido pelo seu trabalho na coordenação da vacinação — tendo descartado os louros e dedicado a menção aos “4.700 profissionais que estão a trabalhar todos os dias para vacinar mais de 100 mil pessoas por dia” — Gouveia e Melo fez um balanço positivo do processo.
“Até agora, tem corrido de forma muito boa, ou muito razoável. O número de filas que se fez num processo desta dimensão, apesar de terem existido, não é significativo face à dimensão do processo”, defendeu. “O país tem concelhos diferentes com capacidades diferentes. Há sítios em que já se esgotaram as vagas que havia para o autoagendamento e há outros sítios em que não se esgotaram”, admitiu ainda.
Quanto ao novo modelo de senhas no telemóvel, para uma maior organização da vacinação, Gouveia e Melo explicou que a ideia é que o método só se aplique à modalidade “Casa Aberta”.
“Estamos ainda a preparar o novo modelo, em que as pessoas, em vez de irem à Casa Aberta de forma desordenada — e, por coincidência, aparecer um conjunto muito elevado de pessoas numa determinada hora, que faz uma fila imediatamente –, fazem esse processo de forma ordenada, através da captura de umas senhas que vão ser disponibilizadas ao público”, disse.
Sobre o facto de apenas serem administradas vacinas da Janssen nessa modalidade Casa Aberta, o que exclui algumas mulheres do processo, por causa das características dessa vacina, Gouveia e Melo respondeu: “Temos uma limitação que espero que todos os portugueses percebam: só podemos vacinar com as vacinas que estão em Portugal.”
“Neste momento, o que temos disponível para Casa Aberta são as vacinas da Janssen, com as limitações que têm”, acrescentou, em declarações transmitidas pela RTP3.
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