CDS sobre o caso CGD: “Centeno disse que inexistia algo que existia”
Os centristas acusam o ministro das Finanças de entrar em contradição no caso da correspondência da Caixa Geral de Depósitos. O CDS acusa Centeno de "mentir" à comissão de inquérito.
Em conferência de imprensa no Parlamento, o deputado centrista João Almeida afirma que houve uma “quebra de verdade sob a comissão de inquérito” por parte de Mário Centeno. Em causa está um requerimento que o CDS fez em novembro, a pedir correspondência entre o ministro das Finanças e António Domingues, mas o Ministério das Finanças respondeu em janeiro a dizer que essas cartas não existiam.
Os centristas afirmaram esta quinta-feira que não vão quebrar o “princípio de manter sob reserva até declaração formal” em contrário, mas que a revelação do conteúdo não é necessário para apurar que o “o senhor ministro das Finanças disse à comissão de inquérito que não existia documentação que agora a comissão de inquérito já recebeu”.
A 13 de novembro, o CDS fez um requerimento a pedir a correspondência trocada entre o ministro das Finanças e o ex-presidente executivo da CGD, nomeadamente para aferir as “condições colocadas para a aceitação” do cargo por parte de António Domingues. O chefe de gabinete do ministro das Finanças respondeu a 3 de janeiro a dizer que “inexistem trocas de comunicações com essas características”, revela o CDS.
Quem nomeou Mário Centeno terá de analisar as consequências políticas.
“Perguntaremos ao senhor ministro das Finanças se quer voltar atrás na resposta que deu ao Parlamento a 3 de janeiro“, indicou João Almeida, lembrando as consequências, “inclusive penais”, de “mentir” à comissão de inquérito. Em causa, argumenta o CDS, está um “crime de perjúrio”, ou seja, de prestar falsas declarações, uma vez que uma comissão de inquérito tem “poderes idênticos aos dos processos judiciais”. “Esta é uma oportunidade para o ministro das Finanças retificar aquilo que agora é evidente que não corresponde à verdade”, diz.
“Ponderamos muito bem tudo o que estamos a dizer”, reforça o centrista, revelando que além da oportunidade que o CDS quer dar a Mário Centeno de voltar atrás na sua palavra, os deputados vão também chamar Domingues para “dizer se existem ou não as informações que o Governo tem tentado dar a entender que não existem”. “Houve ou não houve um compromisso com o Governo?”, questiona João Almeida, uma pergunta que os centristas querem ver respondida.
O CDS recusa-se a pedir preto no branco a demissão de Mário Centeno, mas ressalva que “quem nomeou Mário Centeno terá de analisar as consequências políticas“. “Não pedimos nenhuma demissão”, disse João Almeida.
(Notícia atualizada às 18h24)
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