Manuais escolares fazem cair preço dos livros em Portugal, mas na UE os livros estão mais caros
A queda mais expressiva nos preços de livros em Portugal registou-se nos manuais escolares. Único segmento que aumentou foram downloads de e-books (e serviços de encadernação).
O preço dos livros em Portugal caiu 58% em cerca de cinco anos. Já na União Europeia (UE) subiu 4% entre dezembro de 2016 até junho de 2021. O comportamento nacional dos preços parece fugir à regra, mas prende-se maioritariamente com uma queda nos preços dos manuais escolares, que recuaram 88% neste período.
Olhando para os dados do Eurostat sobre os preços dos diferentes géneros de livros, que estão disponíveis a partir de dezembro de 2016 para a generalidade dos países, é possível perceber que os preços dos livros de ficção em Portugal caíram cerca de 7% neste período. Já os de não-ficção recuaram 6,6%.
Quanto aos downloads de e-books (e serviços de encadernação), estes fogem à regra, aumentando 7,5% entre 2016 e 2021. Desta forma, os manuais acabam por ter influência na diminuição que se regista na rubrica que agrega os preços dos livros vendidos no país.
A queda nos preços dos manuais escolares acentuou-se em setembro de 2019, de acordo com os dados do Eurostat. Foi nesse ano que foi alargado o regime de gratuitidade dos manuais escolares, com a distribuição gratuita dos manuais escolares, no início do ano letivo de 2019/2020, a todos os alunos que frequentam a escolaridade obrigatória na rede pública do Ministério da Educação.
Para além disso, é de salientar também que o valor dos manuais vai sendo atualizado de acordo com a taxa média anual de inflação do ano anterior, após um acordo entre a Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL) e o Governo.
Preços dos livros na UE aumentam 4% em cinco anos
O preço dos livros em geral na UE aumentou 4% de dezembro de 2016 a junho de 2021, revelou esta segunda-feira o Eurostat. O preço dos downloads de e-books (e serviços de encadernação) aumentou 12%, enquanto o preço dos livros de ficção também subiu quase 6% neste período. Por outro lado, o preço dos livros educacionais caiu quase 2%.
O gabinete de estatísticas da UE salienta também que o preço dos livros no bloco “está a crescer mais lentamente do que os preços totais no consumidor, medidos pelo Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC) mensal”. Entre junho de 2011 e junho de 2021, o preço dos livros aumentou 12%, o que compara com uma subida de 14% dos preços totais no consumidor.
Já as exportações de livros impressos para países fora da UE atingiram 1,7 mil milhões de euros em 2020, e as importações foram correspondentes a quase 1,5 mil milhões de euros. Os principais países da UE que exportaram e importaram livros em 2020 foram Alemanha, França e Espanha.
Olhando para as vendas de livros, estas estão em queda. Em 2020 foram vendidos na UE 4,6 mil milhões de euros em livros impressos, o que é menos 35% face a 2008. Já comparando com 2019, a tendência é também de redução, diminuindo 15% de 5,4 mil milhões de euros, de acordo com os dados do Eurostat.
Em Portugal, o montante de livros vendidos em 2020 (que ronda os 78 milhões de euros) também foi inferior ao de 2019, bem como ao de 2010, segundo os dados disponíveis.
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