Há um castelo numa ilha da Escócia à procura de novo dono

Construído em 1900, o Castelo Kinloch foi uma das residências privadas da rainha Vitória. Procura novo dono disposto a assegurar a sua conservação e preservação.

Em Rum, uma das pequenas ilhas das Hébridas Interiores pertencentes à Escócia, está um castelo abandonado há décadas. Atualmente sob alçada da NatureScot, a entidade responsável pelo património natural daquele país, o Castelo Kinloch já recebeu duas propostas, mas nenhuma cumpre os “requisitos”: preservar o imóvel e assegurar a sustentabilidade da ilha.

Já foi conhecida como a Ilha Proibida. Com pouco mais de dez quilómetros de comprimento, tem cerca de 30 a 40 habitantes, a maioria a morar em Kinloch, a única localidade. No ano passado, com o objetivo de atrair mais habitantes, começaram a ser construídas eco-casas que seriam oferecidas a quem estivesse disposto a mudar-se para esta ilha escocesa, que conta ainda com um porto e um posto de correio.

A maior atração da ilha é o Castelo Kinloch, mas até este edifício centenário preocupa as autoridades responsáveis. A NatureScot procura interessados em assegurar a conservação e preservação do castelo, estando por isso aberta a propostas, de acordo com o The Guardian (conteúdo em inglês).

Castelo Kinloch, ilha de Rum, na Escócia.Wikimedia Commons

Foi construído em 1900 para George Bullough, um magnata da indústria têxtil de Lancashire, depois de o pai ter comprado a ilha para lá ter uma casa de férias e uma zona de tiro. Hoje, mais de um século depois, está ao abandono. Em tons ocre, tem um salão de baile, onde está instalado um órgão (piano) especialmente feito para a Rainha Vitória, uma vez que foi uma das residências particulares mais luxuosas da monarca.

Hoje pertence à NatureScot, que administra a maior parte da ilha, considerada reserva natural nacional, diz o jornal britânico. Nos últimos anos passou por várias tentativas de reabilitação que acabaram por falhar. Em 2019, a Kinloch Castle Friends Association propôs ficar com o castelo, com a intenção de o transformar num albergue, mas a NatureScot recusou devido a preocupações com a falta de fundos.

Este ano, o empresário Angus MacDonald elaborou um plano para transformar o castelo numa pousada de luxo e destino turístico. Pediu 2,5 milhões de libras (2,95 milhões de euros) ao Estado, estimando que seriam necessários dez milhões de libras (11,8 milhões de euros) para concluir todo o processo de reabilitação do edifício e instalação de móveis exclusivos. A proposta foi apresentada ao Governo escocês, mas também acabou chumbada.

Citado pelo The Guardian, um porta-voz da NatureScot afirma que a entidade considera que “o castelo oferecerá melhor apoio à comunidade com o proprietário certo”. “Temos trabalhado para atingir esse objetivo nos últimos anos”, disse.

Salientando que o pavilhão de caça não está incluído no “pacote”, a NatureScot explica que o novo proprietário tem pela frente um trabalho de reabilitação profundo. E o escolhido terá de cumprir “três objetivos principais”: “assegurar a conservação e preservação do castelo, contribuir para a sustentabilidade da comunidade de Rum e valorizar a natureza de Rum”.

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