Mini-petroleiro é escritório de agência criativa Atlantic Nova Iorque

O criativo português João Coutinho, cofundador com Marco Pupo da agência Atlantic Nova Iorque, já encontrou um escritório-sede para a agência criativa com modelo 100% remoto.

A lei das probabilidades por vezes funciona a nosso favor. A Atlantic Nova Iorque procurava um barco que servisse de escritório para que, quando necessário, a agência criativa, nascida em plena pandemia em 100% trabalho remoto, pudesse receber clientes ou colaboradores espalhados pelos quatro cantos do mundo. Encontraram o escritório-barco, ancorado em Red Hook, Brooklyn, na doca… Atlantic.

“Desde maio que estávamos à procura de um barco para usar como escritório. Não vamos deixar de trabalhar remotamente, mas queremos ter um lugar onde podemos ir sempre que quisermos, onde possamos levar clientes, que possamos pôr à disposição dos nossos colaboradores”, conta João Coutinho, cofundador da agência criativa Atlantic Nova Iorque, com Marco Pupo.

Vencedores de Grand Prix, com Fãs Imortais, e leões de Ouro, com Guns with History, no festival internacional de publicidade Cannes Lions, o português João Coutinho e o brasileiro Marco Pupo trabalharam durante vários anos como dupla, primeiro na Ogilvy de São Paulo, mais tarde na Grey de Nova Iorque. A dupla separou-se com a saída de João Coutinho para assumir o cargo de diretor criativo executivo para a América do Norte da VMLY&R, mas a pandemia voltou a reuni-los num projeto comum: a Atlantic Nova Iorque.

Apesar de ser uma agência criativa 100% remota, à Pessoas/ECO os dois criativos já tinham adiantado a vontade de ter um escritório-sede, mas com contornos diferentes: um barco.

Nessa busca os dois criativos visitaram várias marinas em Manhattan, Queens e Long Island até que um dia, um amigo criativo velejador lhes apontou na direção certa. “Comentou connosco que tinha visto um barco ancorado em Red Hook, no Brooklyn, que talvez nos interessasse. Os barcos que vimos até então eram barcos casa, este barco com que acabamos por fechar, é um antigo oil-tanker (uma espécie de mini-petroleiro) de 1936”, descreve o criativo português, há vários anos a residir em Nova Iorque.

“O que nos despertou interesse é que o barco é também sede da PortSide NewYork, uma Organização Não Governamental que tem como objetivo reconectar os nova-iorquinos com a água. Chegamos a acordo com a dona do barco e presidente da organização, onde damos um donativo para restauro do barco e doamos algumas horas do nosso tempo”, resume.

O barco está parado na Atlantic Bassin, em Brooklyn há 15 anos — “sim, a doca/marina chama-se Atlantic, olha a coincidência” — conta Marco Pupo. “Podemos usar o barco todo, mas o nosso escritório é na sala do capitão, onde está o leme. Só esta semana vamos poder usar a sala, porque foi toda restaurada, para que a pudéssemos utilizar. Temos várias reuniões com clientes marcadas no barco, toda a gente tem reagido muito bem à ideia”, continua. “Enquanto o tempo permite vamos fazer eventos no deck do barco. Vamos fazer um screening de um filme e temos planeado fazer o Peace Room, que são sessões de estratégia e criatividade com marcas que querem navegar contracorrente.”

Modelo de trabalho: remoto

Um barco para dar mais força ao plano de crescimento da agência. “Anunciámos nas nossas redes sociais o nascimento da Atlantic no Thanks Giving em 2020, mas na verdade a agência começou a funcionar a todo o vapor desde janeiro deste ano. Até agora não fizemos nenhum tipo de PR, estávamos à espera de ter o barco para falar com os media da indústria. Isto é o reflexo de um plano que traçamos. Um plano que visa crescer mas, antes disso, construir os alicerces que nos vão garantir um futuro”, diz João Coutinho.

Não temos pressa em ir atrás de todo e qualquer cliente, pelo contrário. Temos recusado várias propostas, porque queremos ter a certeza que os clientes vão ser um bom fit para nós e vice-versa. Temos feito projetos para marcas nas mais diversas indústrias tais como fashion, big tech, entertainment, sports e até cannabis”, acrescenta Marco Pupo.

“Fazemos parte de uma network de agências independentes chamada By The Network, fundada por Per Pedersen, ex global creative chairman da Grey. A By The Network permite-nos ter presença nos quatro cantos do mundo, caso o cliente precise, além de gerar um fluxo de negócios entre as agências do grupo. Para além dos vários projetos que temos em curso aqui nos Estados Unidos, estamos atualmente a fazer um projeto grande com uma agência de estratégia na Austrália também parte da By The Network”, revela João Coutinho, sem mais detalhes.

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