AIE: Nunca a OPEP cumpriu um plano tão à risca
A Agência Internacional de Energia (AIE) refere que o cartel implementou 90% dos cortes prometidos em janeiro, o primeiro mês de um acordo que criou meses de impasse entre os produtores de petróleo.
Nunca os países produtores da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) cumpriram tão à risca um acordo para cortar a produção. A Agência Internacional de Energia (AIE) refere que o cartel implementou 90% dos cortes prometidos em janeiro, o primeiro mês de um acordo que criou meses de impasse entre os membros dentro e fora da OPEP. O aumento surpreendente da procura no ano passado foi determinante para o sucesso desta estratégia que tem mantido os preços do petróleo acima dos 50 dólares.
A OPEP “parece ter começado bem este processo que vai durar seis meses”. Esta é a conclusão da AIE no seu relatório sobre o mercado petrolífero. A agência refere que o cartel implementou 90% dos cortes prometidos nesta primeira fase, um máximo histórico. E tudo graças à Arábia Saudita, que aplicou um corte à produção superior ao que tinha ficado estabelecido, e ao aumento da procura, que se intensificou no ano passado e deve manter a tendência este ano. Angola, apesar da situação financeira debilitada, foi o país que mais cortou: mais de 140% da meta definida.
OPEP implementou 90% dos cortes prometidos em janeiro
“O primeiro corte é certamente um dos mais acentuados na história da OPEP”, refere a AIE, que aconselha as grandes economias sobre políticas energéticas. Mesmo depois de os produtores de petróleo terem chegado a acordo para reduzir a produção, os investidores continuaram céticos em relação ao cumprimento deste corte. Mas nunca os países produtores da OPEP cumpriram tão à risca um acordo para cortar a produção, nota a agência.
O sucesso da OPEP levou a AIE a aumentar as estimativas da procura por petróleo global em 2016 pelo terceiro mês consecutivo. E também melhorou as perspetivas para 2017, projetando um aumento de 1,4 milhões de barris por dia este ano. Já as reservas mundiais vão cair 600 mil barris por dia durante a primeira metade do ano, caso a OPEP continue a cumprir o acordo, diz a AIE. Embora as reservas tenham caído durante cinco meses consecutivos, e registado a queda mais acentuada em três anos no quarto trimestre, continuam significativamente acima da média.
O facto de ainda existirem muitas reservas, em conjunto com os receios de que os cortes da OPEP apenas vão levar a produção noutros países, como nos EUA, a aumentar explica porque é que os preços continuam limitados perto dos 50 dólares por barril, remata a agência. Hoje o dia é de ganhos para o petróleo. O barril do Brent segue em alta de 1,1% para os 56,24 dólares, enquanto o barril do WTI acelera 0,98% para os 53,51 dólares.
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