China prevê desaceleração económica devido a vírus e inundações
Devido às enchentes de verão e às medidas de prevenção contra o novo coronavírus, o crescimento da economia chinesa deve abrandar no segundo semestre de 2021.
O crescimento da economia chinesa deve abrandar, no segundo semestre do ano, devido às enchentes de verão e às medidas de prevenção contra o novo coronavírus, apontou esta segunda-feira fonte do Governo chinês.
A economia chinesa segue uma “tendência de recuperação” em relação à desaceleração induzida pela pandemia, no ano passado, mas deve enfraquecer, após um primeiro semestre relativamente forte, admitiu Fu Linghui, porta-voz do Gabinete Nacional de Estatísticas (GNE) do país asiático.
“A principal tendência de crescimento económico deste ano será de abrandamento após aceleração”, observou Fu, em conferência de imprensa.
Fu não avançou com uma previsão de crescimento. Analistas do setor privado dizem que a segunda maior economia do mundo deve atingir um crescimento homólogo de 8%, já que 2020 ficou marcado por uma desaceleração no crescimento, devido à pandemia da Covid-19.
As vendas a retalho em julho subiram 8,5%, face aos 12,1% no mês anterior, embora o consenso dos analistas fosse de que chegaria a 11,5%. A produção fabril cresceu 6,4%, abaixo da projeção de 7,9%.
“O impulso de crescimento enfraqueceu drasticamente”, observou num relatório Louis Kuijs, analista da Oxford Economics.
A economia chinesa foi afetada por inundações de verão excecionalmente severas, que paralisaram cidades inteiras no centro da China, em julho, resultando em centenas de mortos e pesados prejuízos.
As últimas semanas ficaram também marcadas por surtos da variante delta do novo coronavírus em várias províncias do país, o que levou as autoridades a voltarem a impor medidas de confinamento e controlo sobre as viagens domésticas e negócios.
“Devido à abordagem de ‘tolerância zero’ da China em relação à Covid-19, futuros surtos continuarão a representar um risco significativo para as perspetivas” económicas, disse Kuijs.
O Governo chinês informou anteriormente que o crescimento económico abrandou para 7,9%, no segundo trimestre do ano. Entre janeiro e março, a economia registou um crescimento de 18,3% – o número beneficia do efeito de base na comparação com o período homólogo, quando a atividade económica da China foi suspensa, devido à pandemia.
Fu Linghui expressou confiança de que as perspetivas de longo prazo são positivas.
“A economia vai manter uma recuperação estável”, disse o responsável, acrescentando que “a qualidade do desenvolvimento vai continuar a melhorar”.
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