Três dias, 40 mil pessoas, 50 hectares e milhares de prejuízo. Os números da Festa do Avante
A Festa do Avante arranca esta sexta-feira com os 50 hectares da Quinta da Atalaia a albergarem um máximo de 40 mil pessoas. O legado do ano passado são os milhares de prejuízo para o PCP.
Arranca esta sexta-feira a segunda edição da Festa do Avante em plena pandemia, menos polémica do que a primeira. Desta vez poderão estar no recinto 40 mil pessoas espalhadas pelos 50 hectares da Quinta da Atalaia, mas mantendo várias regras do ano passado, às quais acresce a necessidade de apresentar um teste negativo ou o certificado de vacinação (ou de recuperação da doença) para aceder ao recinto. O legado do ano passado, além da polémica à volta do evento, são os milhares de prejuízo para o PCP.
São muitos os números que marcam a festa política do PCP que marca a reentré dos comunistas todos os anos em setembro. Conheça-os aqui:
40 mil pessoas
“A lotação máxima no recinto da Festa do Avante! licenciada em anos anteriores para 100 mil visitantes (e apenas considerando a área da Quinta da Atalaia) é atualizada este ano para a lotação de 40 mil”, dita o plano de contingência (elaborado em conjunto com as autoridades de saúde) divulgado pelo partido. Este número corresponde a menos de metade da lotação possível, mas é superior aos 16 mil permitidos no ano passado. As portas vão abrir às 16h para evitar aglomerados, sendo que as atividades arrancam às 19h na sexta-feira e terminam à 1h30.
Três dias a celebrar os 100 anos do PCP
Esta edição de três dias da Festa do Avante tem a particularidade de coincidir com o centenário do Partido Comunista Português. “O Centenário do Partido Comunista Português, que este ano se assinala, terá uma forte expressão na Festa, sendo um elemento transversal na sua programação, merecendo particular relevo a exposição que no Espaço central lhe será dedicada“, de acordo com o partido. Além dos três grandes palcos centrais, há outros espaços como o da Feira do Livro, o Espaço Ciência, o Espaço das Artes, entre outros. O Palco 25 de Abril terá uma plateia de 16.000m², o Auditório 1º de Maio terá cerca de 5.000m², o Palco Paz 2.000m², o Avanteatro 4.500m² e o Cineavante passará a ter uma área de 3.300m².
27 euros
Era o preço da entrada (“EP”) no recinto até esta quinta-feira, 2 de setembro. Nos dias da festa — 3, 4 e 5 de setembro –, o preço será de 40 euros e os passes são vendidos em exclusivo nas bilheteiras da festa. Se for apenas um dia, o preço é de 29 euros na sexta-feira, 34 euros no sábado e 22 euros no domingo. As crianças até aos 14 anos, inclusive, não pagam EP desde que acompanhadas por um adulto portador de EP. Só haverá duas caixas de multibanco de forma a promover a utilização do cartão bancário, nomeadamente com a tecnologia contactless. Há duas entradas para o recinto: Quinta do Cabo e Quinta da Princesa.
44 artistas portugueses
De acordo com a contabilização feita pelo PCP, há pelo menos 44 artistas portugueses, de língua portuguesa ou residentes em Portugal, a atuar na Festa do Avante, seja no Palco 25 de Abril seja no Auditório 1.º de Maio da Festa do Avante! 2021. Paulo de Carvalho, Tim, Linda Martini e Aline Frazão são alguns dos principais artistas que vão estar presentes nesta edição. “Mantém-se a redução de dez palcos para três grandes palcos centrais e, como o cinema e o teatro, continuam a funcionar ao ar livre”, nota o PCP. As cadeiras terão de estar distanciadas com pelo menos 1,2 metros e é necessário assegurar uma distância mínima de três metros face à boca de cena do palco.
50 hectares da Quinta da Atalaia
Os 40 mil “festivaleiros” da Festa do Avante poderão andar nos 50 hectares da Quinta da Atalaia. Ao todo, há 5,2 quilómetros de “vias de circulação formalizadas com asfalto”, com largura entre os seis e os 16 metros, “perfazendo um total de 39.000m2 de área de circulação” — o objetivo é evitar o cruzamento de pessoas. Haverá sete sanitários fixos (masculinos/femininos), com urinóis e cabines individuais e mais uma instalação específica para crianças. O recinto conta ainda com um Posto de Saúde, com área coberta de 160m² e uma área descoberta de 1.400m².
78 espaços de restauração
Com a restauração a poder ficar aberta até mais tarde, face ao ano passado, a Festa do Avante conta com 78 espaços de restauração e similares que “ocupam uma área construída de aproximadamente 4.500m² e as áreas de esplanada mantêm a significativa ampliação verificada em 2020 para uma área de 40.000m²”. Esta é uma das principais diferenças face à edição do ano passado em que foi proibida a venda de álcool a partir das 20h, sendo que agora os restaurantes apenas fecharão à 1h na sexta-feira e sábado e às 22h30 no domingo.
Prejuízos de 930 mil euros em 2020
A edição mais polémica da Festa do Avante, que é uma ação de angariação de fundos, registou um prejuízo histórico de 930 mil euros, mais 65% do que o resultado negativo de 564 mil euros em 2019. O evento realizado a 3, 4 e 5 de setembro do ano passado arrecadou 846.319,8 euros de receita e registou uma despesa de 1.777.218,67 euros, de acordo com as contas de 2020 entregues pelo PCP à Entidade das Contas e Financiamentos Políticos (ECFP) e consultados pelo ECO. Entre 2014 e 2020, o evento acumula um prejuízo de 2,81 milhões de euros.
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