Risco de morte de vacinados contra Covid é até sete vezes menor

O risco de morte por Covid-19 dos indivíduos completamente vacinados é de entre três a sete vezes menor do que em indivíduos não vacinados, segundo a DGS e o INSA.

O risco de morte por infeção de Covid-19 é três a sete vezes menor nas pessoas com vacinação completa do que nas pessoas não vacinadas, de acordo com o relatório semanal de monitorização da DGS e do INSA divulgado esta sexta-feira. Em Portugal, até ao momento, morreram 309 pessoas com a vacina completa, sendo que a maioria (77,3%) tinha mais de 80 anos.

“O risco de morte, que é medido através da letalidade por estado vacinal, é três a sete vezes menor nas pessoas com vacinação completa do que nas pessoas não vacinadas, de acordo com os dados de julho, mês com os dados consolidados mais recentes”, lê-se no documento dos especialistas em saúde pública.

Entre os 29.373 casos de infeção por SARS-CoV-2 que se registaram até ao momento em pessoas com esquema vacinal completo há mais de 14 dias, houve 309 óbitos por COVID-19 (1,1%), dos quais 239 óbitos (77,3%) em pessoas com mais de 80 anos.

Os especialistas admitem que “a população mais vulnerável encontra-se quase totalmente vacinada, pelo que é esperado que a proporção de casos com esquema vacinal completo no total de óbitos aumente“. O gráfico mostra que, mesmo assim, a proporção de óbitos em cada um dos casos (a letalidade) difere significativamente, sendo bastante superior nos não vacinados e diminuindo muito nos que têm vacinação incompleta ou completa.

Até ao momento, dos 6,8 milhões de portugueses com esquema vacina completo há mais de 14 dias, apenas 0,4% (29.743 casos) foram identificados como tendo sido infetados pelo vírus. Deste universo, “303 (1,0%) foram internadas com diagnóstico principal de COVID-19 e 100 foram internadas com diagnóstico secundário de COVID-19″, segundo o mesmo relatório.

Mais uma vez, tal como nos óbitos, a maioria dos hospitalizados (59%) com diagnóstico principal de Covid-19 tinha mais de 80 anos. Neste caso, o risco de hospitalização foi de cinco a dez vezes inferior nos casos com vacinação completa em comparação com os não vacinados.

Contudo, ao contrário do que acontecia na letalidade em que a vacinação incompleta parece dar maior proteção, no caso da hospitalização os dados sugerem que não há uma diferença significativa entre não vacinados e os que têm a vacinação completa, pelo menos na faixa etária acima dos 80 anos.

Vacina tem “elevada efetividade” na prevenção de hospitalização e óbito na população com mais de 65 anos

O relatório revela ainda dados novos sobre a efetividade das vacinas que são administradas em Portugal. “Os estudos nacionais de efetividade das vacinas contra a COVID-19 na população com 65 e mais anos, e que compreendem a análise do período de fevereiro a agosto de 2021, sugerem uma elevada efetividade da vacina contra COVID-19 na redução das hospitalizações e óbitos associados à COVID-19“, lê-se no relatório.

No caso das vacinas do tipo mRNA (Pfizer-BioNTech e Moderna), a efetividade contra hospitalizações foi estimada em 94%, para a população entre os 65-79 anos, e em 82% para os indivíduos com 80 ou mais anos. “Relativamente à redução de óbitos por todas as causas em doentes com teste positivo há pelo menos 30 dias, estimou-se uma efetividade de 96% e 81%, nas faixas etárias dos 65 aos 79 anos e acima dos 80 anos, respetivamente”, acrescenta.

Além disso, os dados sugerem que nas pessoas com mais de 80 anos não há uma redução da efetividade até três meses após a toma da segunda dose. Contudo, “estes resultados têm de ser interpretados à luz das limitações do estudo”, ressalvam os especialistas.

Algarve é a região com situação mais delicada

O relatório que monitoriza as linhas vermelhas para a Covid-19 revela ainda que o número de novos casos está com “tendência estável a decrescente a nível nacional”, com a exceção do Algarve onde ainda se observa uma incidência superior ao limiar de 480 casos em 14 dias por 100 000 habitantes (635). O índice de transmissibilidade, o famoso R(t), indica uma “tendência estável a decrescente da incidência”, apresentando um valor ligeiramente inferior a 1.

Entre os mais velhos, com mais de 65 anos, o número de infeções está com “tendência estável a crescente a nível nacional”, registando 127 casos por 100 mil habitantes no acumulado dos últimos 14 dias. Nos hospitais, a situação mantém-se a “tendência estável a decrescente na pressão sobre os serviços de saúde e na mortalidade” dado que caiu o número de internados, incluindo os que estão nas unidades de cuidados intensivos (UCI).

“A nível nacional, a proporção de testes positivos para SARS-CoV-2 foi de 4% (na semana anterior foi de 4,4%) encontrando-se no limiar definido de 4%”, revela ainda o relatório, notando, porém, que “observou-se uma diminuição do número de testes para deteção de SARS-CoV-2 realizados nos últimos sete dias“. A variante Delta continua a ser dominante a 100%.

(Notícia atualizada às 18h36 com mais informação)

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