“PRR não é um instrumento capaz de imprimir as transformações estruturais”, diz Jerónimo de Sousa
No fecho da Festa do Avante, Jerónimo de Sousa criticou este domingo o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), o qual "não é um instrumento capaz de imprimir as transformações estruturais".
O líder do PCP criticou duramente este domingo o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) elaborado pelo Governo que suporta ao ter viabilizado os Orçamentos do Estado. Num longo discurso no comício de encerramento do Festa do Avante, Jerónimo de Sousa afirmou o PRR “não é um instrumento capaz” de mudar o país. E deixou várias exigências, apesar de não falar explicitamente do Orçamento do Estado para 2022 (OE 2022).
“O Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) não é um instrumento capaz de imprimir as transformações estruturais que o país precisa“, afirmou o secretário-geral do PCP, argumentando que este é um plano que resulta daquilo que classifica de “imposições” da Comissão Europeia. Além disso, acusou o Governo de ter “milhões prometidos ao grande capital”. Assim, não irá promover as alterações que diz serem necessárias em Portugal e o “país não sairá da cepa torta”, concluiu.
O comunista afirmou que vai lutar medida a mediada nas negociações orçamentais com o Governo, batendo-se por ser a “alternativa necessária”. E deixou uma série de prioridades e exigências, apesar de não referir explicitamente o OE 2022, nomeadamente as creches gratuitas, o aumento do salário mínimo nacional, a valorização generalizada dos salários, a alteração da legislação laboral — que não quer ver “chutada para o tapete da concertação com o patronato” –, entre outras. Além de novas medidas, o PCP avisa que as “medidas excecionais não podem desaparecer na totalidade” uma vez que ainda há muitos cidadãos em dificuldades por causa da crise pandémica.
“O PCP foi o partido que mais propostas apresentou para defender os trabalhadores e o povo“, garantiu Jerónimo de Sousa, elencando o que diz ter sido uma “ação decisiva” no passado para que os salários fossem pagos a 100% no lay-off simplificado e outros exemplos como o prolongamento de seis meses de todos os subsídios de desemprego, o alargamento do subsídio de risco, a contratação de milhares de trabalhadores em falta. E deixa mais um recado a António Costa: “O Governo tem de concretizar [as medidas acordadas] plenamente e sem adiamentos“, afirmou.
Sobre as eleições autárquicas deste mês, Jerónimo de Sousa disse que esta é uma “importante batalha eleitoral” e que a CDU, a coligação entre o PCP e o PEV, tem de “crescer e avançar” para “ampliar” a influência do partido.
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