Criação de empresas afunda 14% no pico do verão
Os dados da Informa D&B mostram o empreendedorismo em queda em agosto, interrompendo a tendência de recuperação. Fechos e insolvências seguem “em suspenso” devido aos apoios do Estado.
A criação de empresas em Portugal afundou 14,1% em agosto, em comparação com o mesmo período do ano passado. No principal mês do verão, com o país a banhos, nasceram 2.549 novos projetos empresariais.
Além de evidenciarem o “empreendedorismo em queda” no mês passado, os dados divulgados esta quarta-feira pela Informa D&B mostram igualmente um recuo homólogo de 26,3% nos encerramentos (total de 563 casos, vs. 764 em agosto de 2020).
Fazendo as contas aos primeiros oito meses deste ano, em que 7.525 negócios fecharam portas (–5% face a igual fase em 2020) e houve também uma descida de 12,1% nos processos de insolvência, a consultora adverte que “os encerramentos e as insolvências mantêm-se em suspenso, sobretudo devido às medidas de apoio que o Estado português colocou à disposição das empresas”.
Apesar de o setor industrial — e em particular o têxtil e o vestuário – ter tido alguns dos casos de falência mais notados durante este ano, sobretudo relativos a grandes empresas, como a Coelima ou a Dielmar, os dados oficiais mostram que, apesar de normalmente apresentar o maior número de insolvências, foi na indústria que ocorreu a maior descida até 31 de agosto, correspondente a menos 138 processos.
Vendas online geram “oásis” empreendedor
Voltando à constituição de empresas, o acumulado até agosto regista 27.250 novos negócios no país. Equivale a um aumento de 11,4% face a 2020, mas está ainda 20,7% abaixo do que tinha sido registado no mesmo período de 2019, antes da pandemia de Covid-19.
Apesar do recuo generalizado do empreendedorismo nos setores do retalho e dos transportes, há segmentos de atividade relacionados com a pandemia que registam subidas acentuadas em relação ao que eram os dados há dois anos. É o caso do subsetor do comércio online (+71,6%) ou das entregas postais e de correio expresso (+34,5%), por via do crescimento das vendas pela internet.
No vermelho prosseguem os serviços turísticos (-60,3%), o alojamento de curta duração e os estabelecimentos de bebidas (ambos com recuos superiores a 40% em relação a 2019) e várias atividades relacionadas com a saúde, desporto e bem-estar, assim como atividades médicas em ambulatório, dentistas, cabeleireiros, institutos de beleza e ginásios.
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