Super Bock dá tablet a operários e prevê sede dos clientes
A empresa controlada pelo grupo Violas está a investir na fábrica de Matosinhos para reduzir custos e otimizar a produção. Algoritmo com a Universidade do Porto vai antecipar a evolução do mercado.
Até ao final do ano, todos os operadores da fábrica do Super Bock Group em Leça do Balio vão trabalhar com um tablet na mão, a partir do qual vão poder aceder a “todas as informações sobre que as máquinas estão a fornecer”. A empresa nortenha está já a dar formação aos trabalhadores para que “consigam tirar o máximo proveito” desse recurso.
Um dos objetivos, explica o chairman do grupo, Manuel Violas, é reduzir as despesas pesadas da antiga Unicer ao nível da manutenção. É que, se até agora essas paragens eram feitas em prazos pré-definidos – por exemplo, seis meses, um ano ou dois anos, consoante o equipamento -, passam a ser as próprias máquinas, em tempo real, a informar quando precisam de parar, o que “reduz enormemente os custos”.
Outro investimento já concluído, igualmente ao nível da digitalização, fez com que todos os equipamentos da unidade e nas várias etapas fabris – desde a filtração da cerveja ao enchimento das garrafas – passassem a comunicar entre si, adaptando a velocidade e otimizando a produção. “Fascina-me ver um armazém do tamanho de um campo de futebol, com 33 metros de altura, totalmente automatizado”, refere.
Durante a QSP Summit, que está a acontecer na Exponor (Matosinhos), o presidente do grupo Violas, que tem uma participação acionista de 56% e a Carlsberg (44%) como parceira, aludiu ainda aos barris de 500 litros que a empresa de bebidas passou a colocar nos restaurantes e cafés, como um exemplo de “mais serviço”. “O dono do restaurante só se preocupa em vender a cerveja e somos nós, ‘dentro de casa’, que controlamos a quantidade, a temperatura e a pressão”.
Outra novidade anunciada esta quinta-feira foi um projeto de investigação que envolve a equipa de desenvolvimento do Super Bock Group e a Universidade do Porto, para “tentar arranjar um algoritmo” que meça não só as pretensões dos clientes, como o tipo de cerveja que querem beber, mas antecipe também a evolução do mercado.
“A cerveja produz-se muito durante o inverno e consome-se no verão. Conseguir reduzir os stocks é muito importante, até porque se a cerveja não for gasta é para deitar fora. Precisamos de tecnologia para resolver esse problema”, resumiu Manuel Violas.
Menos a beber e vacas a comer
O Super Bock Group, que inclui também as marcas Vitalis, Vidago, Pedras Salgadas ou Frutea, entre outras, emprega atualmente cerca de 1.200 pessoas. Violas reconheceu que teve “muito trabalho” com o surgimento da pandemia, sobretudo devido ao encerramento da hotelaria e da restauração. E que, inclusive, levou a empresa a avançar com o despedimento de mais de uma centena de trabalhadores de diferentes áreas da organização.
O líder do grupo Violas, que tem investimentos em áreas como o turismo, educação, imobiliária, bebidas e têxtil, particularizou ainda as dificuldades registadas pela Solverde, já que os casinos estiveram de portas fechadas durante quatro meses e depois reabriram e funcionam ainda com limitações. Só não teve dores de cabeça no negócio da cordoaria. “[Na Cotesi] nunca tive problemas. As vacas nunca deixaram de comer e foi sempre a exportar”, brincou o empresário.
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