Com receio do inverno, estes países estão a apertar restrições contra a Covid-19
Face à chegada dos meses mais frios, há alguns países que estão a muscular as medidas restritivas contra a Covid-19, apesar do avanço da vacinação. Itália, França e EUA são os principais exemplos.
O outono está a chegar e, a ele, segue-se o inverno, o que significa que os meses mais frios do ano estão aí à porta. Depois de, no último inverno, se ter verificado um aumento acentuado de casos de Covid-19 um pouco por todo o mundo, os países querem agora precaver-se de um ressurgimento idêntico de casos. Ainda que as campanhas de vacinação contra o coronavírus estejam no bom caminho nas nações mais desenvolvidas, vários governos têm-se antecipado a eventuais novos surtos, estabelecendo medidas restritivas contra a Covid-19.
Um desses exemplos é a Itália. O Governo liderado por Mario Draghi prepara-se para aprovar um decreto que torna obrigatório o certificado digital Covid-19 para que os trabalhadores, incluindo do setor privado, possam aceder ao local de trabalho. A medida deverá entrar em vigor a partir de 15 de outubro, estando previstas sanções para os casos de incumprimento: aqueles que não apresentarem o documento podem incorrer em multas entre os 400 e os 1.000 euros, enfrentar uma suspensão do trabalho e até ter o seu salário suspenso após cinco dias.
Atualmente, o passe digital verde – que serve como prova de vacinação completa, teste negativo à Covid-19 ou recuperação do vírus na União Europeia – já é exigido aos italianos no acesso a restaurantes, bares, escolas, piscinas, comboios e aviões, feiras e estádios. Em termos práticos, a nova medida servirá para entrar em escritórios, fábricas, transportes de longo curso e até para conduzir táxis e autocarros.
A aplicação desta regra tem como objetivo aumentar a vacinação contra a Covid-19 num país que tem sido muito atingido pela doença. De momento, quase 65% da população italiana já está totalmente vacinada, mas as infeções têm vindo a aumentar devido à variante Delta.
Outro dos maiores países da União Europeia está também a aplicar uma das medidas mais restritivas até à data. Na quinta-feira, a França anunciou a suspensão de 3.000 profissionais de saúde que recusaram ser vacinados contra a Covid-19, sem direito a vencimento, revela o The Guardian. Em julho, o presidente francês, Emmanuel Macron, disse aos funcionários de hospitais, lares, cuidados de saúde e bombeiros que tinham até 15 de setembro para serem parcial ou totalmente vacinados.
Segundo o ministro da Saúde francês, Olivier Véran, os funcionários foram notificados por escrito antes do prazo imposto pelo Governo para que tivessem pelo menos uma dose. Véran revelou que “várias dezenas” de trabalhadores se demitiram em vez de tomarem a vacina, mas com uma estimativa de 2,7 milhões de trabalhadores da saúde em França, “os cuidados de saúde continuados estão assegurados” no país.
A autoridade de saúde do país, Santé Publique, estima que menos de 12% dos trabalhadores hospitalares e cerca de 6% dos médicos de consultórios privados não foram vacinados. Até agora, 81,4% da população francesa a partir dos 12 anos está totalmente vacinada, o que representa quase 47 milhões de franceses. A percentagem de pessoas que receberam pelo menos uma dose é de 86,1%.
Véran já indicou entretanto que “um grande número das suspensões será temporário“, tendo em conta que muito poucos médicos e enfermeiros permaneceram não vacinados. “Muitos deles decidiram ser vacinados agora que a obrigação de o fazer se tornou uma realidade”, disse.
Do outro lado do Atlântico, nos Estados Unidos, o presidente Joe Biden já anunciou que vai exigir a todos os funcionários federais que sejam vacinados contra a Covid-19, uma medida que se aplicará também aos fornecedores da administração norte-americana. Esta ordem executiva, que deixa de fora a apresentação de teste negativo, avança numa altura em que as infeções pelo vírus nos EUA têm vindo a aumentar, também devido à rápida propagação da variante Delta.
Além disso, Joe Biden vai exigir também a vacinação ou testes negativos a empresas com mais de 100 trabalhadores. A agência noticiosa Associated Press avançou, na semana passada, que estas novas medidas afetarão mais de 100 milhões de norte-americanos.
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