Reembolso da troika dá a Portugal excedente externo de 256 milhões até julho

Os 1,1 mil milhões de euros de reembolso do empréstimo da troika que chegaram em julho deste ano levaram as contas externas de Portugal para terreno positivo.

Entre janeiro e julho deste ano, a economia portuguesa demonstrou uma capacidade de financiamento de 256 milhões de euros, isto é, teve um excedente externo. Para equilibrar a balança foi essencial o reembolso do empréstimo da troika no valor de 1,1 mil milhões de euros em julho, de acordo com o Banco de Portugal que divulgou os dados esta segunda-feira.

Até julho de 2021, a economia portuguesa registou um excedente externo de 256 milhões de euros, mais 1231 milhões de euros do que em igual período do ano anterior“, lê-se na nota de informação estatística divulgada pelo banco central.

Portugal antecipa assim o momento em que chega a um saldo externo positivo face a 2020 (tinha sido em outubro) e apresenta já um excedente superior ao do mesmo período em 2019 (108 milhões de euros), como é visível no gráfico.

Evolução do saldo acumulado das balanças corrente e de capital

Fonte: Banco de Portugal.

Em julho, os cofres públicos ficaram mais cheios. Em causa está a devolução de um adiantamento feito aos credores europeus por Portugal em 2011 quando foi assinado o Programa de Assistência Económica e Financeira (PAEF). Esse montante (1,1 mil milhões de euros) fazia parte da estrutura de garantias que o fundo europeu construiu para obter um rating de crédito e ir ao mercado financiar-se para emprestar ao Estado português numa altura particularmente difícil.

Este reembolso foi essencial para aumentar o excedente da balança de capital e, assim, contribuiu para o excedente externo do país. Além disso, também houve o contributo das remessas de emigrantes que aumentaram 22 milhões de euros face a junho de 2020 para os 367 milhões de euros. Os emigrantes portugueses residentes na Suíça, França e Reino Unido continuam a ser os que mais remessas enviam.

Já a balança comercial, que junta bens e serviços, deu um contributo negativo para a evolução do saldo externo neste período, em comparação com o mesmo do ano passado. Tal aconteceu porque as importações de bens e serviços cresceram mais do que as exportações de bens e serviços. “Destaca-se o crescimento das exportações de viagens e turismo (45,6%), que permaneceram aquém dos níveis pré-pandemia“, nota o banco central.

Estes dados voltarão a ser atualizados a 20 de outubro já com os valores relativos a agosto.

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