Scholz fala em mudança, Laschet diz que tentará formar governo

Olaf Scholz do SPD, diz que alemães escolheram a mudança, mas que "a noite vai ser longa". Armin Laschet, do partido de Merkel, não atira a toalha ao chão. Annalena Baerbock, dos Verdes, queria mais.

As segundas sondagens das estações televisivas são uma ligeira vantagem aos sociais-democratas e Olaf Sholz já as veio interpretar: “Tantos eleitores fizeram uma cruz no SPD, porque querem uma mudança de governo”, disse o candidato a chanceler, muito aplaudido pelos apoiantes. Mas com o resultado “too close to call”, antecipa uma “longa noite”.

A nova projeção da Infratest Dimap para a ARD, que inclui já a contagem dos primeiros votos, aponta para uma votação de 24,9% na SPD e 24,7% na CDU/CSU. O inquérito para a ZDF coloca os sociais-democratas com 25,8% e os democratas-cristãos com 24,2%.

“É claro que estou feliz com o resultado”, afirmou Olaf Scholz, na sede do partido, citado pelo Politico. Considerou o resultado “um grande sucesso” — sobe face aos 20,5% de há quatro anos e pode interromper 16 anos de liderança do Executivo pelos conservadores. Disse ainda que os números mostram que os alemães “querem que o chanceler seja Olaf Scholz”. Com as sondagens a apontarem para uma luta renhida, concede que “será uma noite longa”.

Mais tarde, num debate entre os principais candidatos a chanceler transmitido pelos dois canais de televisão, reiterou que os “resultados dão um mandato muito claro ao SPD”. Questionado sobre a composição de uma futura coligação, reafirmou a proximidade com os Verdes, reconhecendo que será necessária uma terceira força política.

A CDU/CSU põe as fichas na indefinição e recusa-se a conceder a derrota. Armin Laschet garantiu perante os apoiantes que os democratas-cristãos tentarão formar governo, mesmo que fiquem em segundo lugar. “Uma votação para a CDU/CSU é uma votação contra um governo federal liderado pela esquerda. Portanto, faremos tudo o que estiver ao nosso alcance para formar um governo federal sob a liderança da CDU/CSU”. Markus Söder, o líder da CSU, também veio dizer que o SPD “comemorou muitos dias antes de tempo”.

No já referido debate, Laschet notou que “nem sempre o partido que ficou em primeiro lugar foi aquele que ficou com o lugar de chanceler” e assinalou que uma coligação entre a CDU/CSU, os Verdes e a FDP seria mais natural do que uma combinação destes últimos com o SPD.

Annalena Baerbock levou Os Verdes de menos de 8,9% para entre 11,5% e 14,8%, segundo as sondagens, mas bastante abaixo do que chegou a ter há poucos meses atrás, quando chegou a liderar os inquéritos de opinião. “Queríamos mais”, disse a líder do partido, assumindo a responsabilidade pela perda de dinâmica. No debate também falou num “claro mandato” para que a agenda climática faça parte do príximo executivo. Para Baerbock, a queda da CDU significa que os alemães querem uma mudança na liderança do governo.

Desapontado ficou também o Die Linke. “Esta é uma noite difícil para nós e uma noite difícil para a esquerda”, reconheceu Janine Wissler, líder do partido que ainda acredita poder eleger três mandatos diretos e chegar aos 5% nas listas nacionais, o mínimo para conseguir representatividade por esta via no Bundestag.

O FDP veio cantar vitória, já que com uma votação entre os 9% e os 11,2%, idêntica à de 2017, será incontornável numa futura coligação. “É hora de um novo começo”, exultou Christian Lindner, que poderá decidir se será Scholz ou Laschet a suceder a Angela Merkel. O líder dos liberais salientou ainda o reforço do centro político, com a extrema-esquerda (Die Linke) e a extrema-direita (AfD) a perderem votos.

Alice Weidel, uma das principais candidatas da AfD, mostrou-se feliz com o resultado, mas culpou a comunicação social por o partido não conseguir uma votação mais expressiva, deixando-o de fora dos cenários de coligação.

(Notícia atualizada às 19h45)

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