João Rendeiro: “Não tenciono regressar a Portugal”
O antigo banqueiro confirma que não vai regressar a Portugal para cumprir as penas de prisão a que foi condenado. Chama de "ausência" à sua fuga às autoridades.
Num texto no seu blog, João Rendeiro confirma que não regressará a Portugal para cumprir as três penas de prisão efetiva a que foi condenado: uma de 3 anos e 6 meses por burla qualificada, uma outra de 5 anos e 8 meses por falsidade informática e ainda uma de 10 anos por fraude fiscal.
A notícia da fuga de João Rendeiro foi avançada ontem pela TVI e confirmada agora pelo próprio: “No decurso dos processos em que fui acusado efetuei várias deslocações ao estrangeiro, tendo comunicado sempre o facto aos processos respetivos. De todas as vezes regressei a Portugal. Desta feita não tenciono regressar. É uma opção difícil, tomada após profunda reflexão. Solicitei aos meus advogados que a comunicassem aos processos e quero por esta via tornar essa decisão pública”, segundo comunicado publicado no seu blogue “Arma Crítica”.
João Rendeiro estava em Londres e o Tribunal deu-lhe um prazo até 1 de outubro para regressar para que fosse revista a medida de coação a que está sujeito, o termo de identidade e residência, a mais leve de todas.
A TVI diz que o ex-banqueiro do BPP terá fugido para um país que não tem acordos de extradição com Portugal.
No seu blog, João Rendeiro escreve que se sente “injustiçado pela justiça do meu país” e que tentará “que as instâncias internacionais avaliem o modo como tudo se passou em Portugal”. Diz que a pena que lhe foi aplicada é “manifestamente desproporcionada” e afirma que se tornou um “bode expiatório de uma vontade de punir os que, afinal, não foram punidos”.
Afirma ainda que foi condenado “em função de um critério dito de prevenção criminal geral por virtude dos escândalos bancários que não se verificavam à data dos factos e não poderiam retroagir contra mim”. E defende que se viu “humilhado por uma campanha populista de intoxicação da opinião pública e de pressão sobre a justiça, como se fosse daqueles que pretendem abusar das instâncias processuais para escaparem à justiça”.
Termina o post dizendo que a sua fuga, a que chama de “ausência”, “é ato de legítima defesa contra uma justiça injusta. Assumo a responsabilidade no quadro dos atos bancários que pratiquei, mas não me sujeito, sem resistência, a esta violência”.
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