Sindicato têxtil pede intervenção do Governo para salvar a Dielmar
“Tem de existir vontade política. O Governo tem uma responsabilidade nisto tudo”, diz o sindicato têxtil da Beira Baixa. Não há dinheiro para salários e as propostas não agradam ao gestor judicial.
O Sindicato dos Trabalhadores do Setor Têxtil da Beira Baixa ainda “acredita na viabilização da Dielmar”, apesar de o administrador de insolvência considerar que as duas propostas apresentadas “apresentam insuficiências ou condicionantes eventualmente inultrapassáveis, no que se refere ao preço, ao objeto ou aos meios financeiros”.
Em declarações ao ECO, Marisa Tavares sublinha que “tem de existir vontade política” e considera que “o Governo tem uma responsabilidade nisto tudo”. No Executivo socialista, a dirigente sindical espera “que se encontrem as soluções para que seja dado o tempo necessário para ser encontrada uma solução”.
Como o ECO adiantou esta sexta-feira, há dois interessados na empresa de vestuário, mas as condições não agradam ao gestor judicial. No relatório enviado ao Tribunal do Fundão, João Maurício Gonçalves sugere o fecho definitivo e imediato da empresa ou, em alternativa, o adiamento da decisão até ao final deste mês para tentar melhorar as propostas que estão em cima da mesa.
“Sempre alertamos que as manifestações de interesse não são o mesmo que a apresentação concreta de propostas. Mas se existe caminho para andar, que seja dado o tempo necessário. Isto não fica por aqui”, refere a presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Setor Têxtil da Beira Baixa.
"Sempre alertámos que as manifestações de interesse não são o mesmo que a apresentação concreta de propostas. Mas se existe caminho para andar, que seja dado o tempo necessário.”
Depois de terem sido pagos os ordenados de agosto e de setembro com o Apoio Extraordinário à Retoma Progressiva (AERP) e com um empréstimo do Banco de Fomento, o administrador de insolvência da Dielmar avisa que a massa insolvente não tem dinheiro para suportar os salários de outubro aos 244 trabalhadores que mantêm vínculo contratual com a Dielmar.
Questionada sobre este risco específico para o rendimento dos trabalhadores, identificado pelo gestor judicial nomeado no início de agosto após a empresa de Castelo Branco se ter apresentado à insolvência, a sindicalista Marisa Tavares insiste na intervenção do Estado: “O Governo tem de ter um papel fulcral e têm de ser tomadas medidas”.
O ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, já assegurou que “o dinheiro público não serve para salvar empresários” e reconheceu que “se calhar” não vai recuperar os montantes que tinham sido injetados na empresa nos últimos anos. A Dielmar, que era uma das maiores empregadoras da região, tem uma dívida de oito milhões de euros a várias entidades do Estado, de cerca de seis milhões à banca e deve ainda 2,5 milhões a fornecedores e 1,7 milhões à Segurança Social.
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