Paulo Rangel candidata-se à liderança do PSD
Rio voltou a apelar ao adiamento da marcação de diretas para depois da votação do Orçamento. Rangel responde que é "estranho pôr a vida interna do partido nas mãos" de Costa.
Paulo Rangel quer candidatar-se à liderança do PSD, segundo avançaram o Observador e a TVI. A decisão do eurodeputado social-democrata deverá ser anunciada no Conselho Nacional do partido, esta quinta-feira.
No encontro do partido, Rangel irá apresentar um requerimento para mudar a ordem dos trabalhos e votar primeiro a data das eleições internas e do congresso. Na quarta-feira à noite, Rui Rio apelou ao Conselho Nacional para não marcar já as diretas e o Congresso, fazendo-o apenas depois de se esclarecer se o próximo Orçamento do Estado é ou não aprovado.
O calendário que iria ser proposto pela direção apontava para a realização das diretas em 4 de dezembro e do 39.º Congresso do PSD entre 14 e 16 de janeiro. A intenção de Rio de esperar pelo Orçamento do Estado foi recebida com críticas, nomeadamente do deputado e ex-líder da JSD Pedro Rodrigues.
À chegada do Conselho Nacional, o líder do PSD mostrou ter ficado surpreendido com as reações que se seguiram à sua “sugestão”, que apelidou de um “conjunto de ataques, alguns até de caráter muito pouco nobre”, em declarações transmitidas pela RTP3. Rui Rio lamentou também que, após as legislativas, “já estejam a tentar destruir o que o partido conseguiu” e falou de um “assalto ao poder daqueles que põem o seu interesse pessoal à frente do interesse do país”.
Quanto a Rangel, Rio não se quis pronunciar, nem se comprometeu a um anúncio de uma eventual recandidatura, mas voltou a defender a sua proposta de adiar a marcação das diretas, apontando que “o PSD não pode estar numa disputa interna sem saber a liderança e de repente ter de se preparar para legislativas”, caso o OE não seja aprovado. “Espero que a maioria do Conselho Nacional tenha bom senso, coloque o interesse do país e do PSD à frente”, reiterou.
Paulo Rangel chegou minutos depois de Rio, defendendo aos jornalistas que estranha a proposta de adiar a marcação de diretas. O eurodeputado reitera que não tem “estados de alma” e está tranquilo com qualquer data que fique definida, mas afiança que é “estranho” pôr a vida interna do PSD “nas mãos de António Costa”, ao esperar pelo OE.
“O PSD entrega ao António Costa o supremo privilégio de escolher a data em que temos eleições?”, questiona Rangel. O eurodeputado não quis confirmar o anúncio da candidatura, dizendo que preferia comunicar aos conselheiros do PSD a sua decisão.
(Notícia atualizada às 21h34)
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