BCE pondera aumentar compras da dívida do Fundo de Recuperação da UE
Membros do conselho de governadores do BCE vão discutir nos próximos meses um aumento do limite de compras de dívida de entidades supranacionais, como a UE.
O Banco Central Europeu (BCE) está a estudar a possibilidade de aumentar o limite de compras de títulos de dívida da União Europeia (UE), o que iria aumentar a flexibilidade dos seus programas de compra de ativos e reforçaria o estatuto da dívida da UE nos mercados.
Quatro membros do conselho de governadores do banco central adiantaram ao Financial Times (acesso pago/conteúdo em inglês) que apoiariam um aumento da parcela de compras de títulos de dívida pública relativa às emissões de organismos internacionais, como a UE, face ao atual limite de 10%.
É expectável que esta ideia venha a ser discutida em duas reuniões especiais do conselho de governadores a partir de novembro para decidir o nível de apoios aos mercados e economia no próximo ano, de acordo com o jornal britânico.
O plano precisa dos votos favoráveis da maioria dos 25 membros do conselho do BCE, do qual o governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, faz parte. O BCE não quis comentar.
Esta mudança surge numa altura em que a Comissão Europeia planeia aumentar as emissões no próximo ano através do NextGenerationEU de 800 mil milhões de euros, o veículo acordado no verão de 2020 para financiar a resposta europeia à pandemia.
Bruxelas pretende emitir 80 mil milhões de euros em títulos para o fundo este ano e quase o dobro deste valor no próximo ano, transformando a própria UE num dos maiores emissores de dívida da Europa.
A ajuda adicional do BCE iria permitir reduzir os custos de financiamento da UE e reforçar o estatuto dos títulos de dívida europeus como uma referência da região, um papel que está a cargo das bunds alemãs.
“Aumentar o limite das compras supranacionais seria uma forma de o BCE ganhar mais espaço de manobra nas compras de títulos de dívida pública e também mostrar apoio a este importante programa da UE”, destacou Elga Bartsch, da BlackRock Investment Institute.
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