Marcelo alerta que subida dos preços da energia pode comprometer retoma
A UE "tem de flexibilizar a sua posição em termos financeiros", para se criar, primeiro, condições para a estabilidade na vida das famílias e, depois, para o arranque da economia, aponta Marcelo.
Apesar da descida do imposto sobre a gasolina e o gasóleo, os máximos nos preços dos combustíveis não têm tido diferenças substanciais nos bolsos dos consumidores. Agora, o Chefe de Estado vem mesmo avisar que não haverá retoma da economia após a pandemia de Covid-19 com os preços dos combustíveis a baterem máximos sucessivos.
“Há quem pense que isto seja um problema de seis meses […]. Os governos, com luz verde da Comissão Europeia, vão tomar progressivamente medidas de apoio social. Depois, vamos esperar que isto não seja para durar para além dos seis meses“, afirmou esta manhã Marcelo Rebelo de Sousa, em declarações transmitidas na RTP3.
Porém, caso a subida de preços se prolongue além de seis meses, “há problemas de fundo que têm de ser resolvidos pela comunidade internacional”, considera o Presidente da República. Marcelo lembra que há países com uma “influência decisiva” no fornecimento de combustíveis, como o gás, existindo também estímulos a dar às renováveis “para que substituam com ritmo crescente aquilo que se quer substituir”.
Com o apoio de Bruxelas, os Estados estão a estudar e a aplicar algumas medidas de apoio social, entre baixas de impostos e apoios àqueles que precisam, desde as famílias até às empresas. Mas depois é necessário que a comunidade internacional se reúna — algo que a União Europeia está já a tratar — para pensar sobre o que fazer além de abril. “Porque não há arranque económico com os combustíveis a subirem sucessivamente de preço”, alerta Marcelo Rebelo de Sousa.
Nesse sentido, o Presidente da República aponta que a UE “tem de flexibilizar a sua posição em termos financeiros”, para se “ir mais longe” criando-se, primeiro, condições para a estabilidade na vida das famílias e, depois, para o arranque da economia. “Isto vai dominar as próximas semanas e os próximos meses até à primavera”, conclui.
Marcelo Rebelo de Sousa não respondeu a perguntas sobre o Orçamento de Estado para 2022 e questionado sobre se há margem para baixar impostos, disse que dependerá “da gravidade da situação” e de “entendimentos a nível europeu”. “Se a Europa der luz verde para medidas Estado a Estado, e Portugal tem-se batido por isso, Espanha tem-se batido por isso, França também, porque todos estão a sentir o mesmo problema, aí a União Europeia tem de flexibilizar a sua posição em termos financeiros e pode-se ir mais longe”, atirou.
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