Haitong: Baixa dívida da Galp abre a porta a compras no Brasil
O Haitong reviu em alta o preço-alvo das ações da petrolífera e defende que o balanço sólido cria oportunidades de aquisição no Brasil. Receitas vão subir mas sem impacto nos dividendos.
O Haitong acaba de rever em alta o preço alvo das ações da Galp Energia, no seguimento da atualização da avaliação para o final deste ano. O banco de investimento elevou o preço-alvo do título dos 12 para os 13,5 euros, tendo mantido a recomendação de “neutral”. Na atualização da avaliação do título, o Haitong subiu em 12% as estimativas dos lucros por ação da petrolífera para o período de 2017-2019, devido à subida dos preços do petróleo, mas também ao aumento da produção da matéria-prima e da valorização do dólar. O banco de investimento antecipa ainda que o balanço forte da Galp Energia, assente na baixa alavancagem, lhe abre as portas a novas aquisições, sobretudo no Brasil.
“A empresa já disse que está preparada para alocar mais capital na área de Exploração e Produção (E&P) e que estará especialmente focada no Brasil, onde já acumulou um extensivo conhecimento”, referem os analistas do Haitong. “Potenciais aquisições à parte, pensamos que a Galp está também a considerar em participar em pelo menos três leilões de blocos que terão lugar este ano no país. (…) A competição por ativos no Brasil deverá tornar-se mais feroz na sequência de maior apoio político e de uma maior envolvimento de grandes petrolíferas no pré-sal”, acrescentam.
Apesar da melhoria da avaliação, o Haitong continua a antecipar uma queda da cotação do títulos. As ações da Galp estão a cair ligeiramente esta quarta-feira para os 13,8 euros, acima do preço estimado pelo banco de investimento.
A petrolífera prepara-se para apresentar resultados anuais na próxima terça-feira. Para o Haitong, tanto as receitas como o EBITDA — lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações — deverão ter caído em 2016, para 13.276 milhões e 1.424 milhões de euros respetivamente, devendo apenas acelerar este ano e no próximo. “O ímpeto dos resultados poderá permanecer uma pequena contrariedade para as ações“, justifica.
A melhoria dos resultados não deverão, porém, trazer grandes mudanças ao nível da política de dividendos — um dos pontos mais esperados pelos investidores no encontro anual que a Galp organiza em Londres na próxima semana. “Não esperamos grandes alterações ao dividendo por ação de 0,5 euros assumido no atual plano, dado que pensamos que a empresa vai querer manter alguma flexibilidade para potenciais aquisições”, antecipa o Haitong.
"Não esperamos grandes alterações ao dividendo por ação de 0,5 euros assumido no atual plano, dado que pensamos que a empresa vai querer manter alguma flexibilidade para potenciais aquisições.”
De acordo com o Haitong, outros temas que deverão marca a agenda da Galp ao longo desde ano passam pela esperada venda à Exxon da posição que a ENI tem num bloco petrolífero (que deve cristalizar a posição de 10% que a Galp tem nesse ativo) e pela melhoria na regulação no Brasil — além das potenciais aquisições na área de E&P.
Ainda assim, o banco assinala que depois da subida das ações da Galp desde o início de 2015 (54% acima do setor), os ativos que tem no Brasil estão já devidamente avaliados.
A Galp apresenta contas a 21 de fevereiro. Os analistas sondados pela Bloomberg antecipam uma queda de 27% do lucro para 466 milhões de euros em 2016. Até setembro, os lucros recuaram 26% para 361 milhões de euros.
Nota: A informação apresentada tem por base a nota emitida pelo banco de investimento, não constituindo uma qualquer recomendação por parte do ECO. Para efeitos de decisão de investimento, o leitor deve procurar junto do banco de investimento a nota na íntegra e consultar o seu intermediário financeiro.
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