Do Alqueva ao Cabril, do Castelo de Bode ao Alto Rabagão. Estas são as barragens que vão ter painéis solares a flutuar
O Governo vai lançar muito em breve os leilões de energia renovável para 2021. Este ano são dedicados apenas ao solar flutuante. Matos Fernandes revelou ao ECO quais as barragens escolhidas.
Com os leilões de energia renovável para 2021 já atrasados desde setembro, o ministro do Ambiente e da Ação Climática, João Pedro Matos Fernandes, avançou em entrevista ao ECO/Capital Verde que “os leilões de solar só para os espelhos de água vão ser lançados muito em breve”.
Alqueva (Portel), Castelo de Bode (Tomar), Cabril (Pedrógão Grande), Alto Rabagão (Montalegre), Paradela (Montalegre), Salamonde (Vieira do Minho), Tabuaço (Vilar, Moimenta da Beira) são as barragens eleitas pelo Governo para terem na superfície das suas águas parques solares fotovoltaicos de grandes dimensões.
Pelas mãos da EDP, no Alto Rabagão já decorreu um projeto piloto de solar flutuante, que tornou possível depois escalar o projeto para outro de maior dimensão que foi instalado este verão no Alqueva: 12 mil painéis solares (4 MW) espalhados por quatro hectares do grande lago alentejano.
“O que motivou o atraso é que neste leilão de 2021, ao contrário dos outros dois anos anteriores, os promotores interessados em participar não vão fazer uma só licitação mas duas. Vão fazer uma igual a todas as outras, por um preço baixo para produzir eletricidade a partir da energia solar, e outra licitação para a ocupação de um espaço que é de todos nós, o domínio público hídrico. Isso obrigou a configurar a lei e esse decreto lei estará certamente para ser aprovado muito em breve”, avançou Matos Fernandes ao ECO/Capital Verde.
Em setembro estava ainda no segredo dos deuses quais as barragens escolhidas para ter solar flutuante, mas nessa altura o secretário de Estado da Energia, João Galamba, revelava já que o Governo iria leiloar mais de 400 MW de capacidade solar flutuante.
“O Governo quer expandir as fronteiras do solar fotovoltaico nos próximos leilões. É um desafio importante em termos técnicos mas ao mesmo tempo os promotores vão ter uma mitigação do risco em termos de disponibilidade dos terrenos e dos respetivos custos. A diferença passa pela previsibilidade da ocupação de longo prazo”, revelou Galamba.
O governante revelou ainda que nos próximos leilões haverá de novo duas modalidades disponíveis, tal como nos anteriores, com remuneração à rede e tarifa fixa, por 15 anos.
“A melhor resposta que podemos dar aos preços em alta no Mibel é acelerar as renováveis em Portugal, nomeadamente o solar, a tecnologia menos desenvolvida e com mais potencial. O solar flutuante é uma das formas de revertermos o subdesenvolvimento do solar fotovoltaico em Portugal. Apesar de ser o país com um dos maiores potenciais, a atual capacidade instalada solar é bastante baixa em termos percentuais no mix energético em Portugal quando comparado com os restantes países europeus”, disse Galamba.
O secretário de Estado revelou também que os ganhos apurados dos leilões de 2019 para os consumidores portugueses ao longo de 20 anos — no valor de 600 milhões de euros — já duplicaram entretanto para 1,2 mil milhões de euros, de acordo com as últimas contas feitas em junho aos preços em alta no Mibel. Quanto aos ganhos apurados de 560 milhões em relação ao leilão de 2020, Galamba garante que “também vão aumentar” e beneficiar os consumidores.
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