“Famílias devem manter prudência na gestão dos seus orçamentos”, diz João Nuno Mendes

O secretário de Estado das Finanças, para assinalar o Dia Mundial da Poupança, diz como gere o seu orçamento familiar e como investe a pensar no futuro.

Os portugueses nunca pouparam tanto como durante o período da pandemia. Contudo, com o progressivo desconfinamento do país a partir do segundo semestre, começaram a gastar mais e a deixar menos dinheiro “debaixo do colchão”. A tendência de descida da taxa de poupança deverá manter-se nos próximos tempos. O secretário de Estado das Finanças deixa o alerta: continua a ser importante que as famílias mantenham uma gestão prudente dos seus orçamentos domésticos.

“Com o sucesso da campanha de vacinação e com o aumento de confiança na evolução económica, é importante retomarmos níveis elevados de atividade, nomeadamente nos setores mais afetados pela pandemia, como os setores do turismo e da cultura, bem como nos setores exportadores”, defende João Nuno Mendes, em declarações ao ECO, a propósito do Dia Mundial da Poupança, que se celebra no dia 31.

Porém, “continua a ser importante manter a prudência na gestão dos orçamentos das famílias”, avisa o governante.

A taxa de poupança superou os 14% no arranque do ano, o valor mais elevado deste milénio, mas já caiu no segundo trimestre e deverá recuar nos próximos perante o aumento do consumo das famílias que foi fortemente restringido pelas medidas sanitárias contra a Covid-19. Os economistas veem a taxa baixar, mas não para níveis anteriores à pandemia, enquanto explicam que a “almofada financeira” criada na crise pandémica vai dar um impulso importante à economia. “Existem motivos para termos confiança num forte crescimento económico, criando as condições e a oportunidade para uma maior dinâmica do investimento empresarial”, considera João Nuno Mendes.

"Julgo que continua a ser importante manter a prudência na gestão dos orçamentos das famílias mas existem motivos para termos confiança num forte crescimento económico, criando as condições e a oportunidade para uma maior dinâmica do investimento empresarial.”

João Nuno Mendes

Secretário de Estado das Finanças

Um dos produtos de poupança que tem estado entre as preferências dos portugueses tem sido os certificados do Tesouro, que viram as remunerações cortadas em setembro. Quem investir nos Certificados do Tesouro Poupança Valor receberá em média 1% de retorno ao longo dos sete anos de investimento. João Nuno Mendes fala em “adaptação” da remuneração face ao atual contexto do mercado, porque “estava desajustada do nível de taxas de juro dos restantes instrumentos de financiamento da República”.

“Apesar desse ajustamento, a remuneração continua a ser muito atrativa, considerando as características de risco, prazo e liquidez proporcionados aos investidores. Acreditamos que a procura pelos certificados do tesouro continuará a aumentar”, assegura o secretário de Estado.

Em março, os europeus terão um novo produto de poupança, o chamado PEPP, uma espécie de PPR europeu. João Nuno Mendes acredita que será importante para ajudar os aforradores superarem a “barreira” de reservas que têm quando se trata de aplicações e investimento a longo prazo. Tendo em conta “o desafio demográfico que vivemos na Europa”, prossegue o governante, “é fundamental desenvolver a confiança em produtos financeiros sólidos de longo prazo” e o “PEPP poderá revelar-se uma solução importante, beneficiando da credibilidade de constituir uma solução construída à escala europeia”.

“Invisto nos produtos que compreendo”

E como gere o seu orçamento familiar? João Nuno Mendes revela que dá atenção aos rendimentos e às despesas da família, enquanto estabelece objetivos de poupança e de investimento.

“Tenho um grande interesse sobre a informação económica e financeira em geral e procuro reunir informação qualificada sobre as diferentes opções de produtos ou ativos. Tenho por princípio apenas aplicar as minhas poupanças em produtos que compreendo, designadamente a estrutura e o risco envolvidos“, explica o secretário de Estado habituado também a gerir as finanças de mais de dez milhões de portugueses.

João Nuno Mendes confidencia que também procura transmitir conhecimento aos descendentes. “Procuro passar aos meus filhos conceitos de economia e gestão, para que estejam preparados para tomar as melhores decisões”, conta o ex-aluno de Gestão do ISEG.

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