10 dicas para poupar na conta da água

A ADENE diz que pequenas mudanças em casa dão origem desde logo à poupança de milhares de litros de água por ano e centenas de euros na fatura.

Portugal é um país é pequeno mas ainda assim o preço que pagamos pela água que consumimos pode variar muito de região para região. A empresa de comparação de tarifários Selectra fez as contas e descobriu que “os valores chegam a atingir diferenças inacreditáveis de região para região, existindo consumidores a pagar 18 vezes mais na fatura da água face aos que vivem noutro concelho”.

Mas porque é que os portugueses pagam quantias tão diferentes pelo mesmo serviço? Aqui a explicação prende-se com o que vem descriminado na fatura da água: as tarifas de cada um dos serviços de controlo da qualidade da água, assim como as taxas de recursos hídricos, de gestão de resíduos e o IVA.

A tarifa de controlo de água pertence à ERSAR – Entidade Reguladora dos Serviços de Água e Resíduos, a taxa de recursos hídricos deve ser paga pelas entidades gestoras, e consequentemente pelo consumidor, à Administração de Região Hidrográfica, e serve como um instrumento penalizador pelo impacto nos recursos hídricos devido à sua excessiva utilização.

E, por sua vez, o pagamento da taxa de gestão de resíduos deve ser revertido para a Agência Portuguesa do Ambiente pela quantidade de resíduos depositados nos aterros. Na generalidade dos municípios incluem-se nestes serviços, uma taxa de componente fixa e outra variável.

A taxa fixa ou de disponibilidade, reflete os custos que a entidade gestora detém pela disponibilidade dos seus serviços e a taxa variável, como o nome indica, depende do consumo efetuado e está dividida em escalões, de modo a combater o gasto excessivo de recursos.

De acordo com a Deco Proteste, os preços da água praticados em Portugal são altamente discrepantes e existem localidades onde se paga em média 500€ por ano, como é o caso de Santo Tirso, e outras, como Manteigas, concelho pertencente ao distrito da Guarda, em que não chega a metade desse valor. Apesar de existir uma entidade única responsável por regular, avaliar e fixar as tarifas — a ERSAR — os preços divergem devido a fatores como a titularidade do sistema e da existência ou não de contratos das entidades gestoras.

“No preço que lhe é cobrado pela sua fatura da água é incluído um valor mínimo referente aos custos dos serviços suportados por estas entidades. Contudo, como diferem entre concelhos, o montante vai igualmente ser diferente devido a fatores externos ambientais, assim como da distribuição geográfica dos consumidores, que dificultam o processo de abastecimento e controlo deste recurso”, diz a Selecta.

Com este contexto em mente, como é então possível poupar na fatura da água, ajudando a carteira e o ambiente, já que se trata de um dos bens mais escassos na natureza?

  1. Prefira sempre tomar duche e evite banhos de imersão.
  2. Substituição de autoclismos convencionais de descarga completa por autoclismos de dupla descarga eficientes;
  3. Instale redutores de caudal nas torneiras e cabeças de chuveiro; repare fugas e torneiras a pingar; isole as tubagens de água quente da habitação, caso estas estejam no exterior das paredes e acessíveis.
  4. Escolha dispositivos que sejam eficientes a nível hídrico e energético. Além dos eletrodomésticos de eficiência energética A, a escolha torneiras eficientes (hídricas e energéticas) que impedem o aquecimento da água sempre que não é necessário.
  5. Aquisição de uma máquina de lavar loiça eficiente.
  6. Utilize as máquinas de lavar na sua capacidade máxima. Opte pelos programas “ECO” das máquinas de lavar roupa e loiça, utilizando-as apenas quando estiverem completamente cheias.
  7. Evite os programas com pré-lavagem. Os programas de lavagem normal são suficientemente potentes para deixarem as peças limpas e sem nódoas.
  8. Tome duches mais curtos e com água a temperaturas mais baixas.
  9. Instale sensores de humidade nos sistemas de rega automáticos. Consegue controlar o período de tempo que a água está a ser utilizada. Com os sensores de humidade no solo, a rega automática só é ativada se necessário.
  10. Instalação de um equipamento de circulação e retorno de água;

De acordo com a ADENE – Agência para a Energia, o ano de construção das nossas casas é de extrema importância quando falamos de eficiência hídrica. Estima-se mesmo que, em função da época de construção, os edifícios tenham um potencial de eficiência hídrica de 30% a 50%. É neste contexto que a Agência para a Energia desenvolveu o AQUA+, um sistema de avaliação e classificação da eficiência hídrica de edifícios.

Trata-se de um sistema voluntário de avaliação e classificação da eficiência hídrica de edifícios, criado pela ADENE para promover o uso eficiente da água.

Para uma família de quatro pessoas, a residir num concelho com elevada densidade populacional, a ADENE diz que pequenas mudanças dão origem desde logo à poupança de milhares de litros de água por ano e centenas de euros na fatura.

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