Taxa de desemprego sobe para 6,4% em setembro

O desemprego fixou-se em 6,4% em setembro, mais 0,1 pontos percentuais do que em agosto. A população empregada também encolheu, no novo mês do ano.

Depois de três meses a recuar, a taxa de desemprego subiu para 6,4% em setembro. Em causa está um acréscimo de 0,1 pontos percentuais face a agosto, de acordo com os dados divulgados, esta terça-feira, pelo Instituto Nacional de Estatística. Ainda assim, em comparação com o período homólogo de 2020, registou-se uma queda de 1,6 pontos percentuais.

Segundo os números que foram publicados esta manhã, em setembro, a população ativa diminui 0,2% face ao mês anterior, tendo aumentado, contudo, 1,9% em relação ao mês homólogo. “O decréscimo [em cadeia] da população ativa resultou da diminuição da população empregada ter superado o aumento da população desempregada“, explica o gabinete de estatísticas.

A mesma tendência foi registada ao nível da população empregada, isto é, em comparação com agosto verificou-se uma redução de 0,3%, mas face a setembro de 2020 registou um salto de 3,7%.

Já a população desempregada aumentou 1,9% em relação ao oitavo mês de 2021, mas caiu 18,2% face ao mês homólogo, dinâmica que se espelha na taxa de desemprego, que subiu face a agosto, mas desceu face a setembro de 2020.

Quanto à população inativa, o INE indica que houve um aumento em relação a agosto de 2021 (0,4%) e uma redução face a setembro de 2020 (3,1%). Esta evolução explica-se “principalmente, pelo aumento do número de inativos que não estão disponíveis para trabalhar e que não procuram emprego em 13 mil (0,6%)”, pormenoriza o instituto.

Já a taxa subutilização de trabalho — que inclui desempregados, subemprego em tempo parcial, inativos disponíveis para trabalhar, mas que não procuram um novo posto e inativos que procuram emprego mas não estão disponíveis para começar um novo trabalho — situou-se em 12,0%, menos 0,3 pontos percentuais do que em agosto e menos 3,4 pontos percentuais do que há um ano. “Em setembro de 2021, a subutilização do trabalho [situação em que estavam 639,7 mil pessoas] atingiu o valor mais baixo (639,7 mil) desde o início da série em 2011“, destaca o INE.

É importante explicar que setembro ficou marcado pelo alívio das restrições à atividade económica associadas à pandemia à boleia dos avanços na vacinação contra a Covid-19. Ainda assim, os dados mostram que o desemprego aumentou (ligeiramente) e o emprego diminuiu. Tal evolução coincide, de resto, com o aumento dos processos de despedimento coletivo comunicados à Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho (DGERT) registado em setembro, o que tem levados os sindicatos e os partidos mais à esquerda a exigirem ao Governo medidas mais musculadas para travar este tipo de procedimentos.

Em reação aos dados divulgados esta terça-feira pelo INE, a ministra do Trabalho afirmou, em declarações à Lusa: “É claramente um bom sinal do ponto de vista da capacidade da criação de emprego, mas também da manutenção do emprego e que é fruto desta forma como coletivamente encontrámos resposta à pandemia, de uma forma diferente de crises anteriores”. Ana Mendes Godinho defendeu que as medidas de apoio ao emprego “mostraram que, de facto, há formas diferentes de responder a uma crise e que dão resultados”.

(Notícia atualizada às 13h59 com declarações da ministra do Trabalho)

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