Mulher de João Rendeiro detida pela PJ
Inquérito do DCIAP está relacionado com um alegado esquema de branqueamento de capitais, que envolve também Maria de Jesus Rendeiro. PJ fez buscas na Quinta Patino e na casa do líder da ANTRAL.
A Polícia Judiciária está a realizar esta manhã buscas na casa do presidente da ANTRAL (Associação Nacional dos Transportes Rodoviários em Automóveis Ligeiros), Florêncio de Almeida, e também na Quinta Patino. Segundo a RTP, a mulher de João Rendeiro foi detida na sequência de um mandado que teve em conta o “forte perigo de fuga, para a aquisição e conservação da prova e para a descoberta da verdade”.
Em causa está um inquérito do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) que nada tem a ver com os outros processos em que o ex-presidente do BPP foi condenado. Esta investigação à parte, que conta com a colaboração dos inspetores da unidade nacional de combate à corrupção da PJ e da Autoridade Tributária, é relativa a um alegado esquema de branqueamento de capitais, que terá tido a conivência de Maria de Jesus Rendeiro, que vai passar a noite na prisão de Tires.
A mulher do ex-banqueiro tinha sido interrogada na sexta-feira pelo tribunal, depois de falhar o prazo de entrega de 15 obras de arte apreendidas em 2010 e que em recente diligência não foram encontradas. Mas a sessão acabou por ser suspensa, devido à falta de condições psicológicas de Maria de Jesus Rendeiro, que nesse processo pode vir a incorrer no crime de descaminho e desobediência por não conseguir explicar o rasto de oito obras de arte arrestadas pela Justiça.
Já neste inquérito do DCIAP e que motivou esta manhã as buscas nas casas de Rendeiro, mas também do presidente da ANTRAL e do seu filho – foi motorista do ex-banqueiro durante vários anos – há suspeitas relativas aos negócios imobiliários em que os três participaram. E que acabam agora por envolver igualmente Maria de Jesus Rendeiro, a quem foi cedido por 15 anos e pouco mais de 200 mil euros o usufruto da casa situada num dos condomínios mais exclusivos do país, em Cascais.
De acordo com a RTP, que cita documentos da investigação em curso, João Rendeiro passou um apartamento para o nome do presidente da ANTRAL em 2015, apesar de não haver qualquer comprovativo de que esse ativo tenha sido efetivamente pago. Três anos depois, Florêncio de Almeida cedeu-a ao filho, acabando por ser vendida por um preço três vezes superior ao da suposta aquisição (1,4 milhões de euros). Dinheiro que terá servido para comprar uma propriedade no Alentejo e o apartamento na Quinta Patino — em dinheiro e junto à mansão do patrão –, cujo usufruto foi cedido à mulher de Rendeiro.
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