Facebook não tem nenhum “plano maquiavélico”, diz Daniela Braga
Empreendedora portuguesa defendeu a rede social perante as revelações recentes de Frances Haugen, afirmando não ver "más intenções" nem um qualquer "plano maquiavélico" por parte do Facebook.
Daniela Braga aceitou comentar as recentes revelações acerca do Facebook, defendendo na Web Summit que a rede social não tem “más intenções” na forma como tem gerido os desafios que enfrenta. Na cimeira tecnológica, que decorre em Lisboa até quinta-feira, a empreendedora anunciou o rebranding da DefinedCrowd. Agora é Defined.ai.
O Facebook e as denúncias recentes de que foi alvo por Frances Haugen, uma ex-colaboradora, têm sido um tema recorrente nesta edição da conferência. Desafiada a partilhar a sua perspetiva sobre o assunto, a especialista em inteligência artificial (IA) disse não ver qualquer “plano maquiavélico” a ser preparado pela empresa fundada por Mark Zuckerberg.
“Evito comentar este tipo de assuntos”, começou por dizer aos jornalistas. “São todos nossos clientes”, explicou. Mesmo assim, aceitou abrir uma exceção.
“Diria que não houve más intenções. Podem dizer o contrário, mas quando se está numa equipa de milhares de pessoas a desenvolverem um motor de personalização, fica-se mesmo entusiasmado com o desenvolvimento e quer-se que os utilizadores gostem das funcionalidades”, defendeu.
Na abertura da Web Summit, na segunda-feira, a denunciante Frances Haugen teceu críticas à empresa fundada por Mark Zuckerberg, acusando-a de dar prioridade aos lucros em detrimento da segurança dos utilizadores. A ex-colaboradora confirmou recentemente ser a pessoa responsável por milhares de documentos internos do Facebook partilhados com os jornalistas, documentos igualmente entregues às autoridades e ao Congresso dos EUA. Os documentos deixaram o Facebook em maus lençóis.
IA vai conquistar o mundo? “O que me preocupa somos nós”
Os cientistas têm alcançado importantes avanços na área da IA. Mas, até agora, nenhum foi capaz de criar um modelo mais “inteligente” do que o ser humano, seja lá o que isso for. De qualquer forma, é algo que não preocupa Daniela Braga, fundadora da Defined.ai.
“O que me preocupa somos nós, os humanos. Como usamos a tecnologia, como cuidamos do planeta, como ensinamos os nossos robôs”, disse a empreendedora.
O conceito chama-se “inteligência artificial geral”, um cenário teórico e hipotético em que uma máquina iguala — ou ultrapassa — o ser humano em “inteligência”, aprendendo a desempenhar qualquer tarefa que esteja ao alcance das pessoas.
Daniela Braga encarou também o receio comum de que os robôs tirem os empregos aos humanos: “Os robôs não nos vão tirar os empregos. Vão fazer aquilo que não queremos fazer”, disse, referindo-se às tarefas repetitivas e, muitas vezes, aborrecidas.
Na Web Summit, a empreendedora anunciou o rebranding da DefinedCrowd, que assume agora uma nova identidade: Defined.ai. A empresa vai dar o salto da modelação para o desenvolvimento e quer impactar novas área de negócio, do retalho à saúde.
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